ÁSIA/LÍBANO - Aoun encontra o Papa e os cristãos libaneses não maronitas pedem uma maior representação política

Quinta, 16 Março 2017 igrejas orientais   política   minorias religiosas  

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Beirute (Agência Fides) - O Presidente libanês, Michel Aoun, encontrou-se nesta quinta-feira, 16 de março, com o Papa Francisco no Palácio Apostólico, no Vaticano. O chefe de Estado, durante sua visita ao Vaticano, se encontrou com o Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, e outros oficiais da Santa Sé. Trata-se da primeira viagem de Aoun à Europa, depois de sua nomeação como chefe de Estado libanês, ocorrida em 31de outubro de 2016.
No entanto, na terça-feira passada, os bispos e membros de Igrejas cristãs presentes no Líbano, ao lado da proeminente Igreja maronita, se encontraram na sede da eparquia caldeia de Beirute e assinaram juntos um apelo ao Presidente Aoun e às forças políticas libanesas no qual pedem a garantia de uma representação adequada nas instituições políticas e administrativas para as próprias comunidades de fiéis. Participaram da reunião os expoentes da Igreja caldeia, incluindo o Bispo Michel Kassarji, da comunidade católica latina, o Vigário apostólico Cesar Essayan OM Conv, e das Igrejas assíria, sírio-católica, sírio-ortodoxa, copta-católica e copta-ortodoxa. Em particular, no documento assinado pelos presentes e consultado pela Agência Fides, se declara que as Igrejas representadas pelos presentes não apoiarão nenhuma nova lei eleitoral, questão atualmente no centro do debate político libanês, que não contempla a regra de reservar pelo menos 3 cadeiras parlamentares a representantes de comunidades cristãs diferentes da comunidade maronita. Os signatários do apelo anunciaram também iniciativas e mobilizações comuns para obter que os membros das respectivas comunidades não sejam discriminados nas distribuições de cadeiras e cargos nas instituições políticas e administrativas do País dos Cedros.
Em maio passado (veja Fides 11/5/2016), os primazes das duas Igrejas sírio-antioquenas, Patriarca sírio-ortodoxo Ignatius Aphrem II, e o Patriarca sírio-católico Ignatius Youssif III Younan, assinaram um documento comum que continha o pedido de garantir aos membros das duas comunidades cristãs uma maior presença nos escritórios e cargos públicos, evitando discriminações claras ou ocultas de todo tipo.
Antes, porém, em janeiro, (veja Fides 22/1/2016) os dois patriarcas submeteram o mesmo pedido aos próprios interlocutores durante uma consulta que fizeram em conjunto aos líderes de várias forças políticas nacionais, num contexto ainda marcado pelo impasse eleitoral e pela falta de presença no cargo presidencial.
Segundo o delicado sistema institucional libanês, o cargo de Presidente da República cabe a um cristão maronita. (GV) (Agência Fides 16/2/2017).


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