Bangui (Agência Fides)- A missão capuchinha de Ngaoundaye, no noroeste da República Centro-Africana, foi depredada. “Ontem, 15 de junho, um grupo de Seleka chegou a Ngaoundaye, entrou na cozinha da missão, enquanto várias pessoas, entre missionários e habitantes do local, se refugiaram nos quartos”, conta à Agência Fides Fr. Francesco, do Centro de Missões Exteriores dos Frades Capuchinhos do Convento de São Bernardino de Gênova, que está em contato com os frades capuchinhos de Ngaoundaye.
“Os Seleka estavam em busca de alimento e, por sorte, não fizeram vítimas na missão”, afirma o religioso. “Agora, a missão ficou sem víveres, porque toda a despensa foi depredada. Os Seleka se instalaram na sede da gendarmaria e um frade pretende ir até lá para pedir um pouco de comida”. “A situação no vilarejo permanece incerta, enquanto parece que também na vizinha Bozum a situação é caótica”, afirma Fr. Francesco.
Segundo outras fontes missionárias, das quais omitimos o nome por razões de segurança, os Seleka teriam confirmado a incursão no vilarejo de Ngaoundaye para se vingar do que aconteceu em 11 de junho. Naquele dia, um grupo de Seleka (os ex-rebeles que tinham tomado o poder em 2013 para depois serem expulsos pelos chamados anti-Balaka, outro grupo armado) queria passar pelo vilarejo com um rebanho de gado para se dirigir ao vizinho Camarões. Os gendarmes de Ngaoundaye tentaram impedi-los. No tiroteio que se seguiu, vários Seleka foram mortos.
“O ciclo de violências na Rep. Centro-Africana pode ser detido somente se os vários grupos que existem no país foram desarmados”, conclui Fr. Francesco. (L.M.) (Agência Fides 16/6/2016)