Kinshasa (Agência Fides) – Um novo governo de 60 membros na República Democrática do Congo foi apresentado ontem, 9 de maio, pelo presidente Joseph Kabila. O executivo, presidido por Bruno Tshibala, mantém a maior parte dos membros do velho governo, com exceção de 4 cargos reservados a deputados da ala dissidente da União pela Democracia e o Progresso Social (UDPS), principal partido da oposição e componente do Agrupamento da Oposição, cartel que reúne a maior parte das facções opositoras.
A nomeação de Tshibala como premiê de um governo que deveria ser de ‘unidade nacional’ dividiu a oposição. Depois da nomeação de Tshibala, em 7 de abril, foi assinado em 27 de abril o acordo entre a Maioria Presidencial, a Oposição política que assinou o acordo de 18 de outubro de 201, o Agrupamento da Oposição/ala de Joseph Olenghankoy e de Lisanga Bonganga, mas não o Agrupamento da Oposição/ala Félix Tshisekedi-Pierre Lumbi. O documento compreende essencialmente dois capítulos: um dedicado á questão da designação e nomeação do Primeiro Ministro e a formação do novo Governo, e outro dedicado à criação do Conselho Nacional de Supervisão da aplicação do Acordo de 31 de dezembro de 2016 (CNSA) e a questão de sua presidência.
O Agrupamento da Oposição/ala Félix Tshisekedi-Pierre Lumbi, como também a Conferência Episcopal (veja Fides 24/4/2017), acusa Kabila de não respeitar o acordo de São Silvestre, que prevê a criação de um verdadeiro governo de unidade nacional, que conduza a RDC às eleições políticas e presidenciais até 2017. A RDC pode cair no caos se os acordos de 31 de dezembro de 2016 não forem plenamente respeitados, advertiram os dois principais líderes da oposição, Félix Tshisekedi e Moïse Katumbi. (L.M.) (Agência Fides 10/5/2017)