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Jacarta (Agência Fides) - “O poder vem de Deus, e de Deus pode ser tirado. Ninguém chega ao poder sem a permissão de Deus. Não fiquem tristes. Deus conhece as coisas.” Com estas palavras, citando implicitamente o Evangelho e São Paulo (“Omnis potestas a Deo!” Rm 13, 1), o governador de Jacarta, o cristão protestante Basuki "Ahok" Tjahaja Purnama, tentou confortar os seus apoiantes, amargurados depois que o próprio Ahok reconheceu a sua derrota no segundo turno das eleições em 19 de abril, na qual competiu com Anies Baswedan para ser reeleito para o Governo de Jacarta.
Após o fechamento das urnas, os dados sobre os votos contados mostraram desde o começo a vitória obtida com larga margem por Anies, que obteve a preferência de cerca de 58 por cento dos votos válidos. Quando o resultado do segundo turno foi divulgado, Ahok admitiu a derrota, felicitando-se com Anies, com o vice-governador designado Sandiaga, com a equipe de sua campanha eleitoral e com os seus apoiantes. O governador protestante também ofereceu a sua disponibilidade em colaborar com Anies Baswedan, um muçulmano também votado por grupos islâmicos radicais, começando com o período de transição que precederá o fim efetivo de seu mandato, previsto para outubro próximo.
“A nossa esperança”, disse Ahok numa coletiva de imprensa realizada num hotel na capital da Indonésia, “é que todas as partes esqueçam a campanha eleitoral. Nós, na verdade, somos a mesma coisa. Queremos que Jacarta melhore, porque é a nossa casa comum”. O governador em fim de mandato de Jacarta, em seguida, convidou os seus partidários a arquivar este tempo de campanha eleitoral, que muitos observadores avaliaram como o mais sectário e dividido já registrado na história da cidade.
Anies e Sandiaga, por sua vez, agradeceram a contribuição fornecida pelo Ahok e pelo candidato vice-governador Djarot para garantir que a eleição de quarta-feira 19 se realizasse dentro dos cânones de um autêntico processo democrático. O governador nomeado Baswedan e seu futuro vice-governador fizeram um apelo a Ahok e Djarot e os seus apoiantes para trabalhar juntos a fim de superar as divisões e os contrastes registrados durante a campanha eleitoral, e trabalhar juntos para o bem de Jacarta.
No entanto, na quinta-feira 20 de abril, Ahok voltou ao tribunal para a décima quinta sessão do julgamento que desde dezembro passado o está investigando sob a acusação de blasfêmia. Durante a sessão, a acusação pediu ao Tribunal Distrital do Norte de Jacarta para condenar o Governador Basuki "Ahok" Tjahaja Purnama a dois anos de liberdade condicional, com a possibilidade de se submeter a um ano de prisão em caso de reincidência. (PCP/GV) (Agência Fides 21/4/2017)