Kigali (Agência Fides) - "Um relatório politicamente motivado que distorce deliberadamente a realidade." Assim, o Embaixador de Ruanda, em Washington, Mathilde Mukantabana, definiu o relatório anual do Departamento de Estado dos EUA sobre o tráfico de seres humanos no mundo, em que acusam alguns oficiais ruandeses de cumplicidade no recrutamento, em grupos armados, de refugiados burundineses incluindo crianças e adolescentes no decurso de 2015.
Já em fevereiro, a ONU acusou Ruanda de fomentar a violência no vizinho Burundi que está passando por uma grave crise política, recrutando em grupos armados outros refugiados burundeses acolhidos em seu território (veja Fides 4/2/2016).
O governo de Kigali reagiu contra as acusações estadunidenses afirmando que está empregando recursos importantes para acolher e proteger os refugiados, e também declarou "fazer sérios esforços para proteger os seus cidadãos da ameaça do tráfico de seres humanos".
O relatório do Departamento de Estado reconhece os esforços efetuados por Ruanda, mas, ao mesmo tempo acusa alguns oficiais ruandeses de cumplicidade no recrutamento de refugiados burundineses e de tráfico sexual num campo de refugiados congolês. O relatório também afirma que as autoridades de Kigali, diante destas acusações, realizaram algumas "investigações limitadas". (L.M.) (Agência Fides 4/7/2016)