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Canelones (Agência Fides) – O Bispo de Canelones, Dom Alberto Sanguinetti, pediu "um pouco de atenção no uso da definição de laicidade" do Estado e "um maior respeito pela liberdade religiosa". Dom Sanguinetti assim se expressou depois das recentes afirmações das autoridades após o pedido da Arquidiocese de Montevidéu de colocar uma imagem de Nossa Senhora na rua principal da capital. Algumas pessoas, de fato, se declararam ofendidas, defendendo que se vai contra a laicidade do Estado.
Depois de rever todos os possíveis significados do termo “laicidade”, Dom Sanguinetti conclui que o mais amplamente aplicado no território uruguaio é o que define uma atitude voltada a "obstruir a presença católica na vida do país".
Numa nota da Conferência Episcopal do Uruguai (CEU), enviada a Fides, o Bispo de Canelones destaca que “às vezes 'laicidade' se refere a certa neutralidade do Estado em relação às religiões, para permitir a liberdade de culto e a liberdade religiosa, sem reprimir ou obrigar a consciência ou o exercício da vida segundo a própria religião”. “Em outras ocasiões, por causa da ‘laicidade' se afirma uma posição independentemente da religião”, continua a nota.
“No Uruguai, a 'laicidade' foi usada como arma para excluir a religião da vida pública. Mas se qualquer símbolo religioso fere a liberdade dos outros, parece que não é assim com os símbolos maçônicos que temos na mesma praça da Constituição ou na praça central. Assim, a laicidade foi utilizada por alguns grupos contra a religião que reúne uma grande parte da população, isto é, a religião católica, para obstruir a presença católica na vida do país”, conclui a nota.
O Arcebispo de Montevidéu, Card. Daniel Sturla, admitiu que não esperava o debate levantado, embora isso “não o surpreenda”. "Montevidéu deve ser uma das poucas capitais na América Latina onde não há um monumento público a Nossa Senhora, que existe em quase todas as cidades na América e em muitos centros urbanos”, recordou o Cardeal. "A maior conquista da sociedade democrática é que cada um, sem ofender o outro, possa manifestar publicamente, isso faz parte da pluralidade", disse.
(CE) (Agência Fides, 30/03/2016)