Roma (Agência Fides) - “Há 25 anos da independência, a Namíbia é um país politicamente estável e em crescimento econômico. Um dos maiores problemas que devemos enfrentar é a distribuição da riqueza produzida. Vemos aumentar, a cada ano, o abismo entre quem tem e quem não tem. Os ricos se tornam cada vez mais ricos e os pobres, mais pobres. Temos, porém, um sistema judiciário eficiente, que acentua a responsabilidade do governo (accountability) e também os Ministros corruptos correm risco de ser levados à juízo e de acabar na prisão”: assim, Dom Nashenda Liborius Ndumbukuti, Arcebispo de Windoek e Presidente da Conferência Episcopal da Namíbia, em Roma em visita Ad Limina, descreve à Agência Fides a situação do país africano.
“Desde a independência, até hoje, não houve uma guerra civil. Neste período de tempo, sucederam-se três Presidentes. Nenhum deles quis permanecer mais do que dois mandatos de 5 anos, como previsto na Constituição”, sublinha o Arcebispo.
Dom Ndumbukuti explica que “as prioridades pastorais mudaram em relação ao passado. Não somos mais na emergência dos tempos da guerra da independência e agora podemos levar adiante um programa pastoral ordinário centrado no ensinamento do Evangelho. Ao lado disso, destacamos os programas sociais para aliviar a pobreza. Investimos de modo especial nas escolas e esta é a nossa maior contribuição para o desenvolvimento do país. Em termos econômicos, podemos fazer pouco, mas estamos contribuindo na formação de uma nova classe de dirigentes e empresários para o futuro desenvolvimento da Namíbia”, prossegue o Arcebispo.
Investimos muito também nos postos de saúde, especialmente nas áreas rurais, aonde cuidados médicos não são facilmente acessíveis. Desde 1998, administramos um programa de prevenção contra a difusão do HIV e da Aids e de distribuição de medicamentos antirretrovirais para quem contraiu o vírus e a doença. É dada atenção especial aos órfãos cujos pais morreram de Aids”, acrescenta ainda Dom Ndumbukuti. Sobre as relações com o Estado, Dom Ndumbukuti afirma: “temos boas relações com as autoridades estatais, reguladas por um acordo, ao ponto que designamos uma pessoa para manter os contatos entre a Conferência Episcopal e o governo. Isto não significa que se for preciso desafiar o governo sobre um certo tema, não o fazemos. Cooperamos, mas continuamos sendo voz independente das autoridades. O governo aprecia nossas iniciativas e fornece subsídios às nossas escolas e hospitais”, conclui o Presidente da Conferência Episcopal”.
A República da Namíbia deve seu nome ao deserto de Namib, que a caracteriza em grande parte, junto ao do Kalahari. A capital é Windoek. Confina ao norte com Angola e Zâmba, a leste com Botsuana e a sul com a África do Sul; a oeste tem o Oceano Atlântico. Tem área de 824.292 km2 e conta 2.220.000 habitantes, dos quais 444.000 católicos. Há 3 circunscrições eclesiásticos. (L.M.) (Agência Fides 24/4/2015)