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Windhoek (Agência Fides) – Uma estrutura continental de resolução dos conflitos para intervir no continente africano onde é necessária uma mediação. Esta é uma das decisões tomadas no final do Congresso das Comissões Episcopais “Justiça e Paz” africanas, que se realizou na capital da Namíbia, Windhoek, de 12 a 15 de março (veja Fides 16/3/2015), organizado pelo SECAM (Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar).
Seguindo o modelo da Rede Eclesial Pan-Amazônica, as Comissões Justiça e Paz africanas constituirão uma rede eclesial dos países da floresta equatorial para “uma gestão transparente e responsável deste patrimônio comum a toda a humanidade”, afirma a mensagem publicada no final do Congresso e enviada à Agência Fides.
“Num continente que cada vez mais é colocado diante do desafio da violência e do extremismo religioso, estamos convencidos de que o diálogo inter-religioso, junto com as práticas de bom governo da parte de nossos líderes, constitui um bom motor para o desenvolvimento integral de nossos países”, lê-se na mensagem.
No documento, se recorda o papel dos gabinetes de ligação dos parlamentares católicos, através dos quais “a Comissão Justiça e Paz do Secam pretende contribuir ao debate político, facilitar e promover as transições pacíficas, a democracia e o bom governo”. Além disso, os líderes africanos são convidados a evitar toda forma de manipulação da lei fundamental para perpetuar o seu mandato; uma referência clara às tensões presentes em alguns Estados africanos cujos Chefes de Estados lutam para obter um terceiro mandato através da modificação da norma constitucional que geralmente prevê somente dois.
Os membros de Justiça e Paz abordam também o drama dos migrantes, causado pelas más condições de vida de inteiras áreas da África que obrigam os jovens e famílias a se deslocarem em busca de uma vida melhor. Por isto, se apela aos líderes políticos para que melhorem as condições de vida das populações através de uma gestão equitativa dos recursos africanos.
Recordando o drama do Ebola, Justiça e Paz sublinha o direito de todos, sobretudo dos mais pobres, ao acesso de medicamentos eficazes. Fala-se, enfim, sobre o problema das mudanças climáticas que estão aumentando as áreas de insegurança alimentar e carestia. (L.M.) (Agência Fides 17/3/2015)
