Bangui (Agência Fides) - "A Igreja Católica na República Centro-Africana continua sendo a única voz dos que não têm voz, que são todos os centro-africanos que morrem neste momento diante de uma comunidade internacional que tira o olhar do nosso país direcionando-o para outros centros de interesse mais rentável e menos arriscado", foi o que disse o Sr. Godefroy Mokamanede, em nome da delegação de fiéis da Arquidiocese de Bangui que se encontrou com o Cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos (veja Fides 2/7 / 2013).
A delegação acompanhava o Arcebispo de Bangui, Dom Dieudonné Nzapalainga, ao qual o Santo Padre Francis impôs o pálio, sábado, 29 de junho, na Basílica Vaticana, na Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo.
Em seu discurso, o Sr. Mokamanede descreveu a situação dramática da República Centro-Africana, várias vezes denunciada pela Igreja Católica (veja Fides 28/06/2013 e 04/07/2013), depois das ações dos rebeldes da coalizão Seleka. Foi mais uma vez enfatizado que nas fileiras do Seleka, além de alguns centro-africanos do nordeste do país, militam muitos chadianos e sudaneses que atuam como mercenários e depredam a população local de seus poucos bens.
"O tecido social está completamente dilacerado. A população passou por um enorme trauma cujas conseqüências se manifestam em casos de suicídio e depressão", disse o representante da Arquidiocese de Bangui.
A Igreja, não obstante as profanações dos lugares de culto, roubo e pilhagem dos bens das paróquias, missões, escolas e centros de saúde católicos, tomou como primeira atitude a criação de uma plataforma inter-religiosa da qual participam o residente da Comunidade Islâmica, o Presidente das Igrejas Evangélicas e o Arcebispo de Bangui, a fim de pacificar os ânimos e ajudar a população em sofrimento. Uma Igreja, que reafirma a vocação de ser "sal da terra e luz do mundo", que sofre, mas que luta com as armas do amor, na certeza de ser evangelicamente triunfante. (L.M.) (Agência Fides 5/7/2013)