Lusaka (Agência Fides) - O governo tome em séria consideração a revogação da expulsão de Pe. Viateur Banyangandora, sacerdote ruandês expulso pelas autoridades de Zâmbia no final de julho. É o que pedem 130 sacerdotes diocesanos numa declaração divulgada por ocasião da Conferência Nacional da Association of Zambian Diocesan Catholic Clergy (AZADCC), que se concluiu em 9 de agosto.
No documento, enviado à Agência Fides, os sacerdotes diocesanos se associam ao que foi escrito por Dom George Cosmas Zumaire Lungu, Bispo de Chipata, numa mensagem que será lida em todas as paróquias da diocese no domingo, 12 de agosto (veja Fides 7/8/2012).
"Pe. Viateur foi ordenado em 2004, na diocese de Chipata em que serviu. Muitos de nós estudamos, vivemos e trabalhamos com ele. Sabemos que é um bom sacerdote e um homem de paz e integridade" – se afirma na declaração.
Os sacerdotes estão "surpresos e insatisfeitos" com as razões apresentadas pelo governo para justificar a expulsão de Pe. Viateur, e revelam que receberam "uma declaração oficial da Diocese de Ruhengeri em Ruanda, de que Pe. Viateur não deve responder a nenhum inquérito por parte do governo daquele país".
Com base nas declarações precedentes, pede-se que o governo reconsidere a expulsão do sacerdote, explicando claramente quais são as verdadeiras razões da medida. Os sacerdotes também pedem às autoridades que se comprometa com a Igreja na promoção da harmonia nas relações Igreja-Estado, e lançam um apelo para que se enfrentem os verdadeiros problemas que afetam os pobres, como o preço do milho, do algodão e outros produtos agrícolas. Pe. Viateur foi expulso depois de um sermão em que ele abordou o problema do baixo preço do algodão, que ameaça a possibilidade dos agricultores de obterem uma renda mínima para a subsistência.
"Imploramos a comunidade católica e os sacerdotes da Diocese de Chipata, e todas as pessoas de boa vontade, a manterem a calma, a paz, e rezar durante este tempo de espera para o retorno de Pe. Viateur. Que o bom Deus nos abençoe e nos guie através da intercessão de Maria nossa Mãe", conclui a declaração. (L.M.) (Agência Fides 9/8/2012)