Mongomo (Agência Fides) – “A minha presença em meio a vocês é a manifestação da solicitude do Santo Padre e da Igreja Universal com esta Igreja-Família de Deus. Neste sentido, gostaria de manifestar pessoalmente meu apoio, afeto e minhas orações pelo caminho longo e belo que deverão percorrer para realizar o objetivo para o qual o Santo Padre concedeu a criação de sua Diocese, indo ao encontro dos Bispos da Guiné Equatorial”. Assim se expressou o Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Card. Fernando Filoni, no encontro com sacerdotes, religiosos e religiosas da nova diocese de Mongomo, na tarde de 22 de maio (veja Fides 17/5/2017).
O Prefeito do Dicastério Missionário destacou em seu discurso: “Vocês têm o grande desafio de iniciar a nova Diocese, colocar em pé as estruturas necessárias para a organização pastoral e administrativa. Mas, mais do que estruturas, esta nova Diocese precisa que lhe seja infundido um espírito. Sem o espírito missionário, as estruturas, mesmo que organizadas, não podem desenvolver uma Igreja autenticamente missionária”. Como recorda o Apóstolo Paulo, a vida espiritual do sacerdote e do religioso “deve ser animada e orientada pelo Espírito de Deus”, o Cardeal evidenciou que “a santificação do sacerdote consiste antes de tudo na sua relação íntima e profunda com Jesus, Líder e Pastor da Igreja” e exortou: “Vocês são chamados a viver a radicalidade do Evangelho na sequela de Cristo casto, pobre e obediente”.
O Cardeal apelou também ao compromisso de todos os sacerdotes, religiosos e religiosas com a nova diocese: “O envolvimento de todos vocês, como primeiros colaboradores do Bispo, é indispensável para iniciar e levar avante a Diocese. Exorto vocês a viver a sua identidade e seu ministério sacerdotal em plena comunhão com o Bispo, que o Senhor escolheu e estabeleceu como Pai e Pastor desta Igreja. Amem a Diocese. Estejam prontos para colaborar com fidelidade e generosidade na vida e na pastoral diocesana, acomunando suas qualidades sacerdotais e pastorais, assim como suas capacidades organizativas. Sintam-se todos plenamente responsáveis em dar impulso à nova Diocese e assegurar a boa condução pastoral”.
Depois de citar alguns comportamentos que “reduzem a eficácia da ação pastoral e ofuscam a imagem do sacerdote como custódio do rebanho de Deus, e a imagem do religioso ou da religiosa como testemunha de Cristo Casto, Pobre e Obediente”, o Card. Filoni especificou que “um sacerdote deve ser um apaixonado de Cristo. A autoridade moral e a credibilidade que sustentam o exercício de seu ministério podem provir apenas da santidade de suas vidas... Consequentemente, vocês devem viver fielmente e com alegria sua identidade sacerdotal e religiosa. Esta fidelidade abrange a pobreza, a obediência e a castidade”.
Detendo-se nestes três aspectos, o Cardeal disse ainda: “A verdadeira pobreza nos ensina a sermos solidários com nosso povo e a saber compartilhar, com caridade. Ela se expressa também na sobriedade de vida e nos alerta para os ídolos materiais que ofuscam o verdadeiro sentido autêntico da vida”. “A obediência a Deus passa também através das mediações humanas. A vontade de Deus é autenticada pela Igreja. Obedeçam a seu Bispo como a seu Pai. A obediência é uma vida na lógica do Evangelho”. “A castidade deve ser ‘fecunda’, ou seja, uma castidade que se traduz na paternidade e na maternidade espiritual; e em comunidade na comunhão e na colaboração”.
A recomendação aos sacerdotes e religiosos de Mongomo foi clara: “ A seus irmãos, vocês devem anunciar a Palavra de vida, mas isto é possível apenas se sua Igreja estiver em estado permanente de missão, ou seja, não uma estrutura burocrática na qual ‘arrumar’ a vida... Queridos sacerdotes e religiosos, levantem e caminhem na e com a sua Igreja!”. (SL) (Agência Fides 23/5/2017)