Malabo (Agência Fides) - “Estou feliz de estar neste lindo país, terra de uma Igreja jovem e promissora, pela segunda visita pastoral. Escolhi iniciar essa visita com este encontro para entrar em contato com a Igreja local através de seus agentes pastorais. Vocês são os protagonistas principais da vida da Igreja e de sua missão na Guiné Equatorial.” Assim se expressou o Cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, encontrando esta manhã os sacerdotes, religiosos e religiosas da Arquidiocese de Malabo, primeiro ato de sua visita pastoral à Guiné Equatorial (veja Fides 17/5/2017).
O Cardeal evidenciou os aspectos encorajadores da situação eclesial local (dinamismo e crescimento da fé, interesse renovado pelo Evangelho e a missão), fruto do trabalho de sacerdotes e religiosos, sem negligenciar alguns problemas, como a vida espiritual medíocre do clero, divisões, rancores, carreirismo entre sacerdotes e consagrados. “Como sacerdotes e religiosos, responsáveis pela Igreja local”, recordou o Cardeal, “vocês são chamados a ser ‘sal e luz’ nesta sociedade, seguindo o exemplo de Jesus Bom Pastor. Vocês devem viver fielmente e com alegria sua identidade sacerdotal e religiosa”.
O Prefeito do dicastério missionário reiterou que “a Igreja por sua natureza é missionária. Por esse motivo, a evangelização é uma prioridade” e sublinhou que a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium “deve constituir o ponto de referência para a Igreja em Malabo e em toda a Guiné Equatorial, chamada ao mesmo tempo a um caminho de conversão e a um compromisso forte de evangelização”.
“É preciso anunciar Cristo, ir às periferias”, exortou o cardeal, sublinhando em particular o valor do testemunho e os três aspectos a ele ligados: vida espiritual, moral e pastoral. “A vida espiritual do sacerdote e do religioso deve ser animada e guiada pelo Espírito de Deus que nos conduz para a santidade, aperfeiçoada pela caridade”; “o sacerdote e os religiosos acolherão o celibato ‘com decisão livre e amorosa a ser renovada continuamente’, tendo consciência da própria fraqueza e da própria condição humana”; “para dedicar a vida toda e todas as forças a serviço da Igreja, precisamos da caridade pastoral de Jesus que doou a sua vida para o seu rebanho. Devemos imitar Jesus em sua doação de si e em seu serviço”.
O Prefeito do dicastério missionário agradeceu os sacerdotes e religiosos “pelo zelo que levam na evangelização” e os encorajou: “Vamos em frente, animados pelo amor comum pelo Senhor e pela Santa Mãe Igreja”.
No final do encontro, o Cardeal Filoni presidiu a missa para os sacerdotes, religiosos e as religiosas na Catedral de “Santa Isabel” de Malabo. “Amor e dom de si são dois termos que emergem das leituras de hoje, que propõem um ensinamento precioso e útil sobre como se comportar e se relacionar dentro da comunidade eclesial, sacerdotal e religiosa”, ressaltou na homilia, recordando que “a vocação cristã, sacerdotal e religiosa é um dom gratuito de Deus. Esta escolha não é por merecimentos nem por condições sociais ou culturais de alto nível. Ela faz parte do próprio mistério do Deus rico de misericórdia e cheio de amor. Assim, deve ser entendida e vivida com verdade de fé e caridade de operações”.
Na vida comunitária “quem busca a própria felicidade vive no egoísmo e se distancia do amor. Quem ao invés deseja viver no amor deve renunciar à própria felicidade, abrir-se aos outros”. O purpurado prosseguiu: “Contra as divisões que podem existir em suas comunidades, contra as rivalidades, a exclusão e a rejeição do outro por diversidades étnicas, de classe, de religião ou opinião, os exorto a acolher a mensagem de amor de Jesus que abraça, se doa e perdoa”.
O Cardeal Filoni concluiu a homilia recomendando imitar o Santo Cura D’Ars “que ensinava aos seus paroquianos sobretudo com o testemunho de sua vida. O seu coração era bem arraigado no amor a Deus e aos irmãos”. (SL) (Agência Fides 19/5/2017)