Lomé (Agência Fides)- “A frustração da sociedade civil togolesa è uma bomba que está pronta para explodir em qualquer momento”, advertem os Bispos de Togo em sua mensagem pascal. “É preciso reconhecer: por detrás da aparência de paz e de tranquilidade, Togo está doente. Seus filhos e filhas estão cada vez mais desiludidos: não sabem que rumo tomar para sair da situação atual e chegar à paz: têm um futuro impedido”.
Togo vive uma situação política e institucional difícil, e a vida econômica e social oferece poucas perspectivas aos jovens. O País celebrou em 27 de abril o 57° aniversário da independência.
Os Bispos sublinham que o princípio da “rotação política”, antes de ser um valor democrático, é sobretudo uma exigência de ordem natural. Em 2005, depois da morte de Gnassingbé Eyadema, que liderou o país por 38 anos, subiu ao poder seu filho Faure Gnassingbé, que há 12 anos governa o país. Os Bispos se declaram contrários à extensão do número de mandatos presidenciais, como está ocorrendo em outros países africanos, como o Burundi, por exemplo.
A falta de uma rotação clara gera frustrações, ainda mais porque o estado se demonstrou incapaz de oferecer a verdadeira justiça social e distribuir riqueza no país. “A raiz do mal togolês, escrevem os bispos, é a “inversão da função pública”: ao invés de proteger os pobres, o Estado favorece os ricos, que não fazem mais do que aumentar seus bens. “O escândalo não é a existência de ricos e pobres: o escândalo está no fato que as instituições, que deveriam instaurar um mínimo de equilíbrio, ficam indiferentes ou escolhem a parte dos ricos e nela se fecham”.
Ferve o debate no país sobre as reformas constitucionais. A Conferência Episcopal convida os políticos e não perderem esta ocasião para adotar as reformas aguardadas pela população, de modo especial a limitação do mandato presidencial e a forma de eleição do Presidente. (L.M.) (Agência Fides 5/5/2017)