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Washington – (Agência Fides) – O Presidente dos EUA, Donald Trump, segunda-feira, 24 de abril, dedicou um pronunciamento oficial aos massacres planejados na Península turca pelos armênios 102 anos atrás, mas evitou aplicar aos massacres sistemáticos a definição “Genocídio Armênio”, alinhando-se a seus 4 últimos predecessores para não suscitar reações de ressentimento da Turquia.
No passado, os Presidentes dos EUA Jimmy Carter e Ronald Regan haviam usado a expressão “Genocídio Armênio”, mas em seguida, de George H.W Bush a Barack Obama, a expressão desapareceu dos pronunciamentos de líderes da Casa Branca.
O atual Presidente dos EUA, renomado por suas maneiras desinibidas de se expressar, sem excessivos escrúpulos diplomáticos inclusive para questões de delicadas relações internacionais, definiu os massacres de armênios perpetrados durante a Primeira Guerra Mundial como “uma das piores atrocidades de massa perpetradas no século XX”, recordando que “a partir de 1915, um milhão e meio de armênios foram deportados, massacrados ou conduzidos à morte nos últimos anos do Império Otomano”. Em seguida, uniu-se ao luto da comunidade armênia espalhada no mundo “pela perda de vidas inocentes e pelos sofrimentos de tantos”. Expressões semelhantes às usadas pelos últimos Presidentes dos EUA.
A imprensa estadunidense recorda que o Presidente Obama, em consideração das pressões turcas sobre o Congresso, não cumpriu a promessa feita durante a campanha eleitoral de reconhecer a natureza de genocídio dos massacres sofridos pelos armênios há mais de um século. Destaca-se que o Presidente Trump foi o primeiro líder ocidental a felicitar-se com o Presidente turco Recep Tayyip Erdogan depois dos resultados do referendo realizado na Turquia em 16 de abril, que permitirão ao líder de Ancara ampliar ainda mais o seu poder.
Enquanto os Presidentes dos EUA se abstêm de reconhecer oficialmente o Genocídio Armênio, em 2016 o Congresso dos EUA e também o Secretário de Estado, John Kerry , quiseram definir “Genocídio” as violências sofridas no Oriente Médio por cristãos e outras minorias étnico-religiosas por parte dos milicianos do autoproclamado Estado Islâmico (Daesh). Com base naqueles pronunciamentos, como informado pela Agência Fides (veja Fides 19//2016) foi aberta também a possibilidade de destinar equipamentos militares dos EUA a presumíveis “milícias cristãs” operantes na Planície de Nínive, justificando esta operação como parte da luta aos jihadistas de Daesh. Naquele contexto, contatado pela Agência Fides (veja Fides 18 de março de 2016), o Arcebispo sírio Jacques Behnan Hindo, que governa a arqui-heparquia sírio-católica de Hassakè-Nisibi, havia definido o percurso que levou a Administração dos EUA a reconhecer como “Genocídio” as violências perpetradas pelo Daesh contra cristãos como uma “operação geopolítica que manobra a categoria de “Genocídio” para interesses próprios. (GV) (Agência Fides 25/4/2017).