Dacar (Agência Fides) - “No Norte da África estamos no coração do drama da vida e da morte de muitos migrantes. Estes são, antes de tudo, pessoas, e não uma questão política”, escrevem os Bispos da CERNA (Conférence des évêques de la Région Nord de l’Afrique) no comunicado publicado na conclusão de sua Assembleia em Keur Moussa (Senegal), de 2 a 5 de fevereiro.
A maior parte dos fiéis da Igreja na Argélia, Tunísia, Marrocos e Líbia são originários da África Sub-sahariana e é por isso que a CERNA realizou este ano sua Assembleia no Senegal. Muitos destes são migrantes, dentre os quais alguns são doentes, mulheres desacompanhadas ou com crianças pequenas, crianças desacompanhadas e pessoas encarceradas que ninguém visita. “Destacamos a imensa necessidade de que os migrantes sejam ouvidos” afirma o comunicado enviado à Agência Fides. “Somos particularmente interpelados pela solidão e pelas provações interiores que muitos deles vivem”, escrevem os Bispos, dizendo-se confiantes que “a consciência dos povos saberá avaliar e apoiar os políticos na busca de saídas dignas e justas” para enfrentar este drama.
Outro tema enfrentado foram as relações com as comunidades muçulmanas. “O encontro com os muçulmanos é um tema crucial para toda a África e além dela. Fomos testemunhas, aqui no Senegal, de uma convivência islâmico-cristã inclusive dentro das próprias famílias” escrevem os Bispos, que encontraram os responsáveis de uma confraternidade sufi cujas raízes se encontram “em nossos países do Magreb” e cujos responsáveis mantêm boas relações com o Bispo e a Igreja local. (L.M.) (Agência Fides 6/2/2017)