Abidjã (Agência Fides) – Reconciliação nacional, libertação de todas as pessoas detidas no âmbito da crise político-militar de 2002-2011 e redistribuição da riqueza por uma maior justiça social. São estas as indicações oferecidas pelos Bispos da Costa do Marfim em uma mensagem na qual expressam sua preocupação com o futuro do país, vítima de revoltas militares e greves de trabalhadores públicos (veja 19/1/2017).
“Sentimentos de frustração e de revolta habitam ainda nos corações de muitos marfinenses”, consta na mensagem recebida pela Agência Fides, publicada no final da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Marfinense, realizada em Katiola.
Dentre as causas do mal-estar, estão os processos em andamento contra os responsáveis do antigo regime do ex-Presidente Laurent Gbagbo, que “ao invés de acalmar os ânimos, suscitam paixões e inquietudes. Alguns nossos compatriotas estão injustamente detidos na prisão e outros vivem exilados, longe do país”.
“Diversos combatentes e militares envolvidos nas crises sucessivas que abalaram o nosso país não estão tranquilos porque temem pelo seu futuro”, como “numerosos jovens que esperavam em uma vida melhora, engajando-se ao lado dos políticos, estão hoje amargurados e desiludidos”. ”Este clima deletério – destaca a mensagem – pode comprometer gravemente todas as conquistas feitas, fruto de nossos esforços”.
Reconhecendo aos governantes atuais os esforços efetuados para o desenvolvimento do país, os Bispos pedem “um esforço maior para a redistribuição do crescimento, por uma justiça équa e para facilitar o retorno dos exilados com garantia de segurança para todos”.
A Conferência Episcopal faz também um apelo a “todos os componentes da sociedade marfinense para que se sentem ao redor de uma mesa e discutam as questões relativas à segurança, ao aumento do custo de vida, ao desemprego juvenil, às condições de trabalho, à situação salarial, etc.”. (L.M.) (Agência Fides 24/1/2017)