S.D.
Colombo (Agência Fides) - A Igreja na Ásia tem a missão de ajudar as famílias a descobrir Cristo: foi o que disse o Cardeal George Alencherry, arcebispo-mór de Ernakulam-Angamaly, em Kerala, presidente do Conselho Episcopal sírio-malabarense, durante a assembleia plenária da Federação das Conferências Episcopais da Ásia (FABC), em andamento em Colombo de 28 de novembro a 4 de dezembro.
“Precisamos todos encontrar Cristo em nós mesmos para ajudar os outros a descobri-lo na vida de nossas famílias e de nossos povos: isto é evangelização”, sublinhou o Cardeal, pronunciando-se diante da assembleia composta por mais de 140 cardeais, arcebispos e bispos provenientes de cerca 40 países asiáticos, além de representantes teólogos e leigos engajados na Igreja asiática.
A assembleia, que se realiza a cada quatro anos, se centraliza no tema “A família católica asiática: a Igreja local dos pobres na missão de misericórdia. As Igrejas na Ásia se questionam sobre como tornar as famílias católicas instrumento de anúncio do Evangelho da misericórdia”.
No rastro do Ano Jubilar recém-concluído, “estamos explorando qual poderia ser a missão de misericórdia da família católica na Ásia. Parece-me que o nosso percurso é o mesmo dos apóstolos: ajudar todo homem a encontrar Cristo em sua vida e ajudar nossas famílias a descobrir a presença de Cristo dentro e fora do núcleo familiar”. “Esta é a missão comum da Igreja, é a missão de bispos, sacerdotes, consagrados e famílias”, acrescentou.
O Cardeal explicou: “As famílias na Ásia, que vivem em um contexto multi-religioso, são influenciadas por modelos familiares de outras crenças religiosas. As religiões na Ásia são um caminho de procura de Deus. Para nós, cristãos, é Cristo que conta em nosso testemunho de fé. É esta a unicidade de Cristo, o dom de Cristo ao mundo que salva e marca nossas vidas. É a Cristo que o Papa Francisco nos chama para uma nova mudança de paradigma. Deus é misericórdia e Jesus Cristo manifesta o rosto da misericórdia de Deus por nós”.
No passado, acrescentou o Purpurado, os pastores parecem tê-lo esquecido, ressaltando apenas a observância da lei e se esquecendo da misericórdia de Deus.
“Os cristãos são chamados a colher a presença e a ação de Cristo no homem e em toda a criação, como fez São Francisco de Assis”, recordou.
“Depois de ver, ouvir e tocar Cristo, não devemos renunciar às bênçãos que derivam da sequela de Cristo. Nossas famílias encontram Jesus em suas vidas e recebem suas bênçãos. Deixem que tudo isso se transforme em bem para a Igreja e para as sociedades asiáticas, como ocorre no processo de reconciliação de paz em Sri Lanka", concluiu. (PA-SD) (Agência Fides 3/12/2016)