Yangun (Agência Fides) – “A liberdade de crer e seguir a própria consciência ao determinar a própria fé é um princípio sagrado que é hoje violado na Ásia não somente nas sociedades teocráticas, mas também em países democráticos, onde se registram perseguições contra as minorias”: é o que disse o Cardeal Charles Maung Bo. Arcebispo de Yangun, que participou na cidade birmanesa da apresentação do livro “On the brink” do jesuíta Micheal Kelly, dedicado à realidade das minorias religiosas nos países asiáticos.
Em nota enviada à Fides pelo cardeal, o Cardeal explica: “A Ásia é a mãe das grandes religiões: hinduísmo, budismo, jainísmo, cristianismo, islamismo, hebraísmo. Mas hoje, a intolerância religiosa, veneno para a sociedade, ganha espaço em muitos países como Bangladesh, Sri Lanka, China, Índia, Indonésia, Filipinas, Vietnã” e outras.
“Em Mianmar – prossegue o Purpurado – alguns monges reunidos nos grupos ‘969’ e ‘Ma Ba Tha’, com uma parodia do ensinamento budista, tiveram como alvo sobretudo os muçulmanos. Estes dois movimentos estão atualmente suspensos, mas continuam a existir no país extremistas que fomentam o ódio religioso. Eles conseguiram que passassem quatro leis emanadas contra as minorias que criminalizam o amor e a liberdade de escolher uma religião. Por sorte, o novo governo administrou a situação com sabedoria, calando as alas extremistas”.
O Cardeal observa que a Igreja em Mianmar “promove ativamente a paz, atividade de diálogo inter-religioso e plena colaboração na missão social”, recordando que, como afirma a Dignitatis humanae, “a pessoa tem direito à liberdade religiosa”, que inclui o direito de culto, de prática, de expressão e ensinamento. “A liberdade religiosa – conclui o Card. Bo – cria as condições para a democratização, a paz, o desenvolvimento e o respeito dos direitos humanos”. (PA) (Agência Fides 15/10/2016)
ÁSIA/INDONÉSIA - Jovens de todas as religiões unidos contra toda forma de radicalismo e intolerância