Kinshasa (Agência Fides) – Estão ocorrendo desordens em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, entre a polícia e os manifestantes membros do “Rassemblement”, um grupo de partidos da oposição que apoiam o candidato Étienne Tshisekedi, nas eleições presidenciais cuja data ainda não foi estabelecida.
Os manifestantes gritam slogans como “Kabila deve deixar” e “Fora Kabila”, referindo-se ao fim do mandato do Presidente Joseph Kabila, em 20 de dezembro. O fato que não haja ainda uma data para as eleições presidenciais, às quais Kabila não pode se reapresentar, depois de dois mandatos, como estabelecido pela Constituição, está suscitando o temor que o Presidente em fins de mandato queira permanecer no poder também depois de 20 de dezembro, baseando-se em uma sentença da Corte Constitucional segundo a qual, à espera da posse do novo Chefe de Estado, o atual permaneça em exercício (veja Fides 25/5/2016).
A três meses do final do segundo mandato, “Le Rassemblement” convidou a população a descer às ruas para “recordar ao Presidente que tem aviso de despejo”.
Os partidos da oposição suspenderam a participação ao diálogo nacional promovido por Kabila para superar a crise. A Conferência Episcopal nacional congolesa (CENCO) participa do diálogo, mas destacou, por meio de um representante, pe. Donatien Nshole, que “colocar em segundo plano a eleição presidencial significa reverter um artigo fundamental da Constituição”. O art. 73 da Carta Constitucional prevê que, com efeito, a eleição do novo Presidente deva ser efetuada até 90 dias depois do fim do mandato. (L.M.) (Agência Fides 19/9/2016)