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Lahore (Agência Fides) – “Os crimes de honra são o pior exemplo de brutalidade e bestialidade na sociedade paquistanesa. O assassinato de uma filha por sua mãe ou pai é a profanação do vínculo sagrado da maternidade e paternidade”: é o que afirma à Agência Fides Khalil Tahir Sindhu, Ministro católico para Direitos humanos no governo da província de Punjab, a mais importante do Paquistão. O ministro interveio condenando o homicídio de Zeenat, 18 anos, morta pela mãe e os irmãos em nome da honra da família, em Lahore. “Nossa sociedade e o estado de direito não consentem ninguém de fazer justiça com as mãos: estes incidentes dão uma imagem negativa do Paquistão à comunidade internacional”, prosseguiu. Diante do enésimo episódio, as organizações de direitos humanos e de defesa da mulher elevaram a voz e pediram “punição exemplar para os culpados”, notando com pesar que “a prática do crime de honra se difunde desde as áreas tribais até as principais cidades do Paquistão” e pedindo que se reforce a legislação e se atue na conscientização da opinião pública. O Ministro Sindhu informou que “a polícia de Lahore prendeu todos os suspeitos neste caso e serão empreendidas medidas rigorosas contra todas as pessoas envolvidas”. Segundo dados da Ong “Comissão para direitos humanos no Paquistão”, mais de 500 mulheres foram mortas em 2015 acusadas de “manchar a honra” da família. A cada ano, centenas de mulheres são assassinadas no país em “crimes de honra”. Uma alteração no código penal de 2005 impede que os autores dos crimes possam perdoar-se a si mesmos, por serem “herdeiros da vítima”, mas a família pode concordar em perdoar o homicida. Contudo, a decisão se condenar ou não os autores do crime é do juiz.
(PA) (Agência Fides 21/6/2016)