Manaus (Agência Fides) – Cinco anos depois de deixar o Haiti por causa do terremoto e começar uma nova vida no norte do Brasil, Abdias Dolce carregou a tocha olímpica pelas ruas de Manaus domingo passado, 19 de junho, representando, como ele disse, os mais de 40 mil imigrantes haitianos que chegaram ao Brasil depois do terremoto de 2010.
Padre Valdecy Molinari, pároco da Paróquia de São Geraldo, em Manaus, comprometido com a ajuda aos imigrantes, estima que cerca de 10.000 pessoas provenientes da ilha caribenha passaram pela cidade depois de 2010. Destas, cerca de 2.000 ficaram, enquanto outros prosseguiram rumo a outras áreas do Brasil, em busca de trabalho.
Padre Molinari, afirma a nota recebida pela Fides, diz que muitos chegam por meio de traficantes de seres humanos, os chamados ‘coyotes’, e um grupo numeroso de modo clandestino, sem passar pela polícia da fronteira. “Algumas pessoas ganham muito dinheiro com os haitianos: cobram até $ 2.500por um visto que custa $200,”, diz o sacerdote. Segundo o pároco, as máfias são organizadas em Porto Príncipe e Santo Domingo, de onde partem os haitianos, que acreditam que sua ‘ajuda’ é essencial para obter o visto. “Estes coyotes não só estão ali desde o início da viagem, mas continuam a estar presentes aqui também; alguns dias atrás, passou um grupo que queria ir em uma direção, e de repente veio um deles e mandou todos para o Suriname”, disse pe. Molinari.
A Pastoral dos Migrantes da Igreja católica informa que a maioria dos haitianos que chegam a Manaus encontram trabalho no campo da construção nos estados do sul do Brasil, como Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
(CE) (Agência Fides, 21/06/2016)