Nairóbi (Agência Fides) – Está suscitando forte preocupação o anúncio do governo do Quênia sobre o fechamento dos campos de refugiados de Dadaab (considerado o maior do mundo, com mais de 320 mil pessoas, em maioria somalis) e Kakuma (que abriga mais de 190 mil pessoas) e eliminar o Departamento de Assuntos sobre Refugiados (DRA).
Em 13 de maio, a Comissão para Refugiados, os migrantes e os marítimos da Conferência Episcopal do Quênia participaram de um encontro com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), o governo queniano e outras partes envolvidas para verificar a situação.
Segundo um comunicado enviado à Fides, a razão principal da decisão do governo queniano é o desrespeito do acordo tripartido que previa um plano de repatriação assinado pelo ACNUR e pelos governos do Quênia e da Somália, em 2013.
O comunicado afirma ainda que as autoridades de Nairóbi querem fechar o campo de Dadaab e não o de Kakuma, mas explica que “esta afirmação ainda não foi coadjuvada por nenhum anúncio oficial”.
A Conferência Episcopal e o Jesuit Refugee Services (JRS), expressaram preocupação pela eliminação do Departamento de Assuntos sobre Refugiados, o que significa que os requerentes de asilo não seriam mais registrados e nem seriam mais emitidas licenças para agentes humanitários.
Segundo os Bispos, a responsabilidade da situação deve ser compartilhada entre o governo de Nairóbi e a comunidade internacional, que “não reconheceu os problemas de segurança que o Quênia deve enfrentar e como resultado, o governo se sente sobrecarregado e frustrado, mostrando-se assim indisposto a acolher os refugiados e adotando uma atitude negativa com as agências que ajudam refugiados, como demonstra a eliminação do DRA”.
Em 25 de maio, o Alto Comissário da ONU para Refugiados irá ao Quênia para tentar obter um acordo com as autoridades locais. (L.M.) (Agência Fides 14/5/2016)