Nueva Guinea (Agência Fides) – A presença militar e de agentes civis no percurso que acompanhará a quarta Marcha nacional contra o canal interoceânico, prevista para 22 de abril em Nueva Guinea, "provoca medo" na população: foi o que evidenciou o Bispo de Matagalpa, Dom Rolando Alvarez Lagos.
Segundo Dom Alvarez, que esteve presente em outros protestos populares na sua diocese, a população deve manifestar, deve se expressar: "É importante possibilitar essas manifestações aos cidadãos para suas reivindicações, deixá-los livres em seus protestos, em suas expressões pessoais, políticas e econômicas; em todo caso, jamais devem alterar ou disturbar o restante da sociedade".
Depois o Bispo acrescentou: "Toda vez que a força ou a presença militar é usada, isso não deixa um bom sinal ao ambiente social da Nicarágua. A demasiada presença militar nos eventos de mobilização dos cidadãos marca na verdade uma fraqueza, parece que se tem medo do povo".
Segundo informações locais, desde ontem, em quase toda a trajetória da Marcha organizada para hoje, foram montados postos militares e de grupos da polícia civil. A população protesta contra a desinformação acerca dos acordos sobre o megaprojeto do Grande Canal interoceânico, que atravessará todo o país sem considerar, segundo os manifestantes, os graves prejuízos ao meio ambiente e à população (veja Fides 28/10/2015). Também a Igreja Católica pediu várias vezes esclarecimentos às autoridades (veja Fides 15/06/2015).