Karachi (Agência Fides) - O governo paquistanês não repatrie os refugiados afegãos que, por causa das difíceis condições de vida e das terríveis condições de segurança, deixaram há anos o seu país estabelecendo-se no Paquistão: é o que pedem as organizações cristãs paquistanesas, junto com outras Ongs da sociedade civil. Como explica à Fides o católico paquistanês Aftab Alexander Mughal, responsável pela revista “Minority Concern of Pakistan”, o Paquistão hospeda há mais de três anos cerca de 1,7 milhões de refugiados registrados oficialmente, e 1,3 milhões de refugiados não registrados. O Alto Comissariado da ONU para Refugiados estipulou um acordo com o Paquistão para facilitar a repatriação voluntária dos refugiados afegãos. No primeiro semestre do ano passado, mais de 50 mil refugiados afegãos registrados foram repatriados. Muitos, porém, não querem voltar atrás, pois o Afeganistão é ainda perigoso. Sarfarz Clement e Javaid Nazir ativistas cristãos da Ong “Action Against Poverty” iniciaram uma campanha pedindo ao governo para não repatriar esses refugiados e fornecer-lhes ajuda em suas necessidades. Cerca de 36% dos refugiados afegãos vivem ainda nos campos de refugiados. “A sua vida não é fácil, mas ainda não há esperança de uma condição melhor de vida no Afeganistão. Existem muitos afegãos cujas famílias plantaram raízes no Paquistão. Os seus filhos nasceram ali e acreditam que sua terra mãe seja o Paquistão. Eles abandonaram completamente a ideia de voltar ao Afeganistão”, explica à Fides Aftab Alexander Mughal. O Paquistão, como signatário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, “tem a obrigação de fornecer a proteção necessária aos refugiados e garantir-lhes assistência e ajuda”, concluiu. (PA) (Agência Fides 12/3/2016)