Campala (Agência Fides) - Urnas abertas hoje, 18 de fevereiro, em Uganda, para as eleições presidenciais e parlamentares. O Presidente Yoweri Museveni, no poder há 30 anos, é apontado como favorito.
Os Bispos ugandenses em sua carta pastoral intitulada “Eleições livres e corretas: a nossa missão comum para consolidar as conquistas democráticas em Uganda”, publicada em agosto, apresentaram suas avaliações e indicações sobre este importante evento eleitoral.
Mesmo reconhecendo os progressos efetuados nos últimos anos no campo do reforço da democracia, os Bispos advertem que as lutas internas dos partidos políticos acabaram muitas vezes em “crises políticas maiores”. Lembra-se que, “em Uganda, a violência que caracterizou as mudanças de governo em 1966, 1971, 1979, 1985 e 1986 encontra origem na cobiça e nas tendências ditatoriais entre os vários protagonistas políticos. Pensamos que esses fatos infelizes ainda estão presentes nas mentes dos atuais políticos, e mesmo assim eles continuam ignorando aquela que poderia se tornar, em breve, uma situação política explosiva que deve ser evitada”.
Em especial, destaca-se que “em diversas ocasiões, a visão dos grupos minoritários e da mais vasta opinião pública foi ignorada. Aqui, mais uma vez, a história nos oferece lições importantes. Más eleições, em qualquer parte do mundo, podem ser a receita para uma crise política. Aconteceu em Uganda nos anos de 1980 e devemos trabalhar duramente para impedir que aconteça de novo”.
Entre outras coisas, os Bispos lamentam que “o uso indiscriminado da força e das proibições preventivas às atividades da oposição criaram a impressão de que as forças de polícia promovem e protegem a agenda do partido no poder”. A isso, se acrescenta a criação de grupos paramilitares, formalmente registrados sob siglas de uma ONG, que coadjuvam formalmente a polícia per “prevenir os delitos”. “Estamos preocupados, pois se essas tendências continuarem, poderiam provocar violências durante e depois das eleições”.
“Concluindo, reiteramos o fato de que as eleições são uma grande oportunidade e um desafio para o país. Portanto, encorajamos todos os protagonistas a trabalharem pela paz e garantirem que o processo amplie as opções democráticas na nossa jovem nação. Nós os acompanharemos na oração”, conclui-se a mensagem. (L.M.) (Agência Fides 18/2/2016)