Cidade do Vaticano (Agência Fides) - A esperança é possível também hoje, para todos: Deus quer que todos possam ser felizes. É esta a certeza expressa na Mensagem conclusiva da segunda Assembléia especial para a Europa do Sínodo dos Bispos. A profunda experiência de fé e de caridade vivida, durante a qual os padres sinodais advertiram e experimentaram a presença de Jesus Ressuscitado, leva a encorajar a Europa do terceiro milênio com as mesmas palavras de João Paulo II: “Não deixais cair os braços! Não cedeis ao desânimo, não vos acomodais ao modos de pensar e de viver que não têm futuro…”.
A esperança não é sonho ou utopia, mas é o próprio Jesus. Por isso, os seus sinais são concretos e tangíveis. A Igreja, comunidade da esperança, é chamada a reconhecer os numerosos ‘sinais de esperança’, pequenos e grandes, que o Espírito suscita e alimenta: os mártires de todas as confissões cristãs; a santidade de homens e mulheres que vivem cotianamente sua fidelidade ao Evangelho; a liberdade recuperada das Igrejas do Leste europeu; o compromisso da Igreja em prosseguir sua missão espiritual; a difusão de novos movimentos e comunidades; a renovada obediência ao Evangelho e a disponibilidade ao serviço, que nasce em paróquias, pessoas consagradas, associações laicais, grupos de oração e comunidades juvenis; a co-responsabilidade de todos os cristãos na única missão da Igreja; a crescente presença da mulher na comunidade cristã; o progresso do caminho ecumênico; a troca de dons entre Igrejas do Leste e do Oeste europeu.
Dom e responsabilidade, a esperança que comporta um corajoso exame de consciência sobre erros e infidelidades, para responder com ardor à vocação apostólica e missionária recebida com o batismo. O caminho da nova evangelização, que tem como objetivo o renovado encontro da Europa com Cristo, pede para anunciar, celebrar e servir “o Evangelho da esperança”: portanto, um novo impulso ao anúncio em todas as suas formas (testemunho, oração, catequese, pesquisa teológica, diálogo entre ciência e fé, itinerários catecumenais específicos …); redescoberta do sentido do ‘mistério’ (renovação das celebrações litúrgicas, para que sejam sinal eloqüente da presença de Cristo; novos espaços para o silencio, a oração, a contemplação; retorno aos sacramentos); opção decidia pela caridade operosa (acolhimento, amor preferencial pelos pobres, compartilha dos bens, tutela da criação, liberdade, justiça, solidariedade…).
Diante de situações dramáticas e inquietantes que afligem a Europa, o olhar da fé colhe sempre motivos de esperança: a crescente abertura dos povos, a reconciliação entre nações hostis, o alargamento do processo unitário ao Leste europeu. As colaborações e intercâmbios sempre mais numerosos, segundo métodos democráticos e num clima de liberdade.
Os padres Sinodais convidam “a ser europeus convictos, prontos a dar nossa contribuição para a Europa de hoje e de amanhã”, e lançam uma série de apelos a quem tem a responsabilidade pelo futuro do continente: para que vigie sobre as violações de direitos humanos, a defesa da vida humana e da família; prossiga o caminho da integração européia e enfrente o fenômeno das migrações com justiça e solidariedade; garanta um futuro aos jovens; conserve a Europa aberta a todos os países do mundo; perdoe ou reduza a dívida internacional dos países em desenvolvimento. “Igreja da Europa, não tema!” O Deus da esperança não a abandona. Acredite em seu amor, que salva. Aguarda a sua misericórdia, que perdoa, renova e vivifica”. (Agência Fides 15/4/2005)