Bujumbura (Agência Fides) - “Houve tiroteios durante a noite toda em diferentes bairros de Bujumbura; em alguns distritos os tiroteios continuaram até às 9h da manhã. Não se sabe se houve vítimas ou feridos”, disseram à Agência Fides fontes locais da capital do Burundi, onde na noite de 3 de agosto, foi gravemente ferido numa emboscada uma ativista conhecido pelos direitos humanos, Pierre -Claver Mbonimpa.
“Não se sabe ainda quem atira em quem. A situação é muito confusa”, afirmam as nossas fontes. Uma confusão que piorou com o assassinato do general Adolphe Nshimirimana, considerado um dos grandes do regime do Presidente Pierre Nkurunziza (veja Fides 3/8/2015), que de acordo com algumas fontes da imprensa burundinesa teria caído em desgraça e, em seguida, liquidado pelo seu próprio regime.
“As dúvidas reais sobre os mandantes e autores do assassinato de Nshimirimana são alimentadas pelas circunstâncias do ataque em que o general foi morto”, lembram as nossas fontes. “Nshimirimana foi baleado às 8h da manhã nas ruas de um bairro de Bujumbura considerado pró- governo e fortemente controlado pela Polícia. Como é que um comando bem armado fez para se aproximar e crivar de balas o carro do chefe da segurança do regime e fugir sem que ninguém o detivesse? Estas são as perguntas que estão na boca de todos”, dizem as nossas fontes.
Enquanto isso, a oposição ao presidente Nkurunziza, reeleito em 21 de julho para um terceiro mandato presidencial proibido pela Constituição, criou em Adis Abeba (Etiópia), o Conselho Nacional para o respeito do Acordo de Arushe e a restauração do Estado de direito no Burundi. (L.M.) (Agência Fides 4/8/2015)