ÁFRICA/MARROCOS - O matrimônio precoce agravado pela pobreza e a ignorância

Segunda, 25 Maio 2015

Casablanca (Agência Fides) - O matrimônio precoce envolve 15 milhões de meninas a cada ano em todo o mundo. É um fenômeno crescente, agravado pela pobreza, a ignorância e o medo. A denúncia foi enviada à Agência Fides pelos participantes de um recente fórum realizado em Marrocos. Segundo a ONG Girls not brides, que reúne 450 organizações de 70 países e que organizou este fórum de três dias em Casablanca, cerca de 10% das mulheres de todo o mundo se casam antes de completar 18 anos. Se não forem tomadas providências, até o ano 2050 cerca de 1.200 milhões de meninas serão forçadas a se casar. Nos países em desenvolvimento, uma em cada três meninas se casa antes de completar 18 anos e uma em cada nove antes dos 15. Os países mais atingidos por este fenômeno são Bangladesh, Índia e Níger, onde a cada ano, casam-se 244 mil meninas menores de idade. Estas meninas não frequentam as aulas, segundo declara um membro da Coalizão das Organizações Nigerinas de Direitos da Criança (Conide), e a pobreza e a ignorância contribuem para o aumento dos matrimônios precoces. Na Índia são registrados 40% dos matrimônios infantis de todo o mundo.
No final de 2014, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou pela primeira vez uma resolução que solicitava os Governos a proibir matrimônios infantis. A União Africana, por sua vez, lançou uma campanha de dois anos para acabar com os casamentos precoces, enquanto vários governos do Sul da Ásia adotaram planos de ação regionais. Todavia, o fenômeno não se verifica apenas nos países em desenvolvimento; é uma tradição também entre comunidades de imigrantes. Por ocasião de uma campanha de sensibilização, a Fundação Ytto denunciou que a prática também se atua nas comunidades marroquinas da Espanha e da França. No Marrocos, o matrimônio de menores continua a gerar preocupação e, não obstante o código da família adotado em 2004 o proíba, os juízes têm autoridade de cadastrá-los. Em 2013, foram registrados mais de 35 mil, contra os 18 mil dos últimos dez anos. (AP) (25/5/2015 Agência Fides)


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