Lahore (Agência Fides) – “Soubemos com pesar do atentado de Paris. No Paquistão a memória é ainda recente do ataque terrorista em Peshawar, ocorrido há um mês, onde morreram mais de 140 pessoas, em maioria crianças. O governo lançou uma forte campanha contra o terrorismo e o extremismo. Parece que, no caso de Paris, o problema seja sempre a blasfêmia contra o Islã: este é um ponto doloroso também para nosso país. O efeito pode reforçar o compromisso de quem combate o terrorismo; mas por outro lado, também a intenção de usar o ataque como ‘instrumento promocional’ e encorajar outras ações terroristas”: é a análise de Cecil Shane Chaudhry, Diretor executivo da Comissão Justiça e Paz dos Bispos paquistaneses, interpelado pela Agência Fides após o atentado ao jornal satírico francês “Charlie Hebdo”, em que 12 pessoas morreram. “A maior parte dos muçulmanos no Paquistão, incluindo líderes islâmicos, disse ‘não’ à violência em nome de Alá, reiterando que matar não é compatível com o Islã. É verdade também que a notícia é recebida no Paquistão em função de como a imprensa a apresenta. Alguns meios de comunicação locais o narraram de modo quase promocional. Isso pode ter uma influência sobre a opinião pública, alguns grupos extremistas podem se sentir estimulados a inspirar-se a este ato brutal. “Os cristãos do Paquistão, conclui, “lembram as vítimas em suas orações e expressam solidariedade às suas famílias, ressaltando a necessidade urgente de construir uma sociedade baseada no diálogo, paz e harmonia”. (PA) (Agência Fides 8/1/2015)