Lahore (Agência Fides) - Um jovem cristão de Multan, Akram Masih, foi preso pela polícia em Multan por ter obrigado ao matrimônio uma jovem muçulmana, Maria Bibi, do distrito Shiekhupura. A polícia entrou na casa da família de Akram, sequestrando o jovem e espancando outros membros da família, incluindo mulheres.
Como informado à Fides pelo advogado cristão Mushtaq Gill, a família pediu ajuda ao Bispo Asher Kamran, chefe da Igreja Metodista do Paquistão em Multan. O bispo escreveu uma carta contra a falsa denúncia contra Masih, por suposto sequestro de Maria e casamento forçado. Apaixonados, o jovem cristão de Multan e a moça muçulmana de Sheikhupura se casaram em Multan com o rito islâmico. Para se casar, o jovem assumiu o nome muçulmano de Muhammad Akram, convertendo-se ao Islã, mas a conversão se revelou inútil: depois dos protestos da família da noiva e do registro de ocorrência, a polícia interveio. Segundo a família de Akram, o rapaz é totalmente inocente e os jovens se casaram livremente. Os dois foram convocados diante de um magistrado para confirmar esta livre vontade. Em uma breve audiência, da qual participaram os parentes e muitos líderes muçulmanos, a jovem, sofrendo pressão de sua família, assinou em meio a lágrimas uma declaração contra Akram. Disseram-lhe que se não o fizesse, matariam os dois. O matrimônio foi declarado nulo. A Agência Fides havia assinalado recentemente um caso semelhante, em Karachi (veja Fides 15/10/2014).
Segundo a lei islâmica, uma mulher muçulmana não se pode casar com um homem de outra religião. “No Paquistão, o nível de extremismo religioso é elevado demais para tolerar casamentos entre cristãos e muçulmanos, mesmo que o cristão se converta ao Islã”, frisa o advogado Gill, afirmando que “esta é uma grave violação dos direitos fundamentais”. (PA) (Agência Fides 22/10/2014)