AMÉRICA/COLÔMBIA - Os Bispos aconselham moderação e cautela no diálogo com as guerrilhas; sem a intenção das partes não se chegará nunca a uma paz verdadeira

Quarta, 4 Abril 2012

Bogotá (Agência Fides) - Os bispos da região colombiana de "eje Cafetero" (Pereira, Armenia e Manizales), assim chamada por causa da particular produção de café, consideram que a decisão de um possível diálogo do governo com as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), deveria ser expressa com serenidade e moderação, e não ser o resultado da euforia para a libertação dos reféns (veja Fides 03/04/2012), evento considerado importante, mas que, na sua opinião, era uma resposta óbvia a uma demanda nacional e internacional.
O Arcebispo de Manizales, Dom Gonzalo Restrepo, disse que a paz é um direito e um dever que não deve ser imposto como condição de pedidos tratados exclusivamente pelo Estado ou por grupos armados ilegais como as Farc. "A paz faz parte da condição humana e é uma questão que deve ser vivida cotidianamente pelos cidadãos", disse à Rádio Caracol.
Segundo o arcebispo, as negociações devem incluir aspectos importantes, tais como a o perdão, a reconciliação e a tolerância, três fatores que devem também considerar a dor de um país afetado por seqüestros, crime, deslocamento de pessoas por causa da violência e execuções extrajudiciais, incluindo as ações ilegais das forças de guerrilha ou das forças militares do Estado.
Outras fontes locais da Agência Fides relatam o parecer do bispo emérito da Diocese de Florencia e ex-Secretário da Conferência Episcopal Colombiana, Dom Fabian Marulanda Lopez, que disse: ninguém pode falar de diálogo ou negociação tão logo, é preciso esperar que as águas se acalmem e se estabilize a situação, a fim de agir com prudência e fazer as coisas sem excessos de ambos os lados, " tendo em conta as realidades sociais e políticas do país, e as ações da revolta armada". O bispo acrescentou que esta questão será certamente abordada pelos sacerdotes nas homilias da Semana Santa, e insistiu que, sem a sinceridade e a vontade das partes não se chegará a uma paz verdadeira. (CE) (Agência Fides, 04/04/2012)


Compartilhar: