Roma (Agência Fides) - Paska tinha 14 anos quando foi recrutada para combater na guerra civil em Uganda. Hoje é uma mulher inteligente que luta pela paz no seu país. Além disso, Paska conseguiu sair da guerra e voltar a viver apesar das tristes recordações da sua adolescência.
Paska matou nas frentes de combate dos rebeldes. Foi obrigada a fazê-lo, durante os 18 meses em que combateu com os grupos armados que atuavam entre a savana e as florestas do norte de Uganda contra as forças governamentais. A comandante de Paska chamava-se Alice, uma mulher que dizia ser capaz de prever o futuro, e que com base nos seus prognósticos, dava as ordens de combate. Em uma longa série de batalhas, Paska disparou e, por sua vez, fugiu da morte. Por duas vezes, correu o risco de ser fuzilada, por duas vezes tentou em vão fugir do seu grupo.
Depois de um sanguinoso confronto em que morreram quase todos os seus companheiros, Paska permaneceu durante dias escondida na floresta, esperando um momento de calma para poder escapar. “Os meus amigos estavam todos mortos, eu os vi deitados sobre seu sangue, e entendi que a próxima seria a minha vez.” Paska conseguiu chegar ao Quênia e contatar um representante do Alto Comissariado para os Refugiados da ONU. Emigrou para o Canadá e dois anos depois voltou a Uganda, para uma região distante do seu vilarejo. Agora tem uma nova vida, mas as suas lembranças nunca a abandonarão. (M.F.D’A.) (Agência Fides 27/3/2004)