Nova Délhi (Agência Fides) - Organizações cristãs e muçulmanas levaram sua voz e seu protesto para as ruas da capital, Délhi, contra uma decisão da Comissão Nacional para os Sem-casta (“Commission for Scheduled Castes/Tribes”). Com efeito, a Comissão rejeitou conceder subsídios e ajuda aos dalit (os “intocáveis”, sem-casta) de religião cristã e muçulmana, argumentando que a questão dos dalit diz respeito somente à religião hindu. O Fórum Nacional Unido para os Cristãos fez notar a enésima discriminação ocorrida contra os dalit, só porque membros de uma religião diferente do hinduismo. Os líderes do cortejo elaboraram um memorando que foi submetido ao Primeiro-Ministro Indiano, Manmohan Singh, e aos chefes das Comissões Nacionais para as Minorias religiosas para a Justiça.
“O pedido de igual dignidade e direitos é um luta que levamos adiante há muitos anos”, destacou Dom Vincent Concessao, Presidente do Fórum. Cerca de 65% dos cristãos na Índia pertencem às castas baixas ou aos “sem-casta” e sofrem discriminações em nível social, econômico e cultural.
A Igreja católica sempre defendeu os direitos e a dignidade dos considerados “intocáveis”. Em particular, pede-se ao governo mais proteção para os dalit cristãos, vista as agressões e as violências sofridas, inclusive em tempos recentes, por parte de grupos integralistas que querem convertê-los à religião hindu.
Os dalit são classificados no último degrau da escala social no sistema das castas, ainda presente na Índia apesar de oficialmente abolido. São as pessoas que limpam os excrementos dos animais que vagueiam pelas ruas, são os engraxates, os vendedores ambulantes, camponeses e trabalhadores braçais. Apesar da Constituição indiana ter abolido a divisão em castas, no país ainda existe uma forte discriminação baseada nesta pertença. Uma grande parte dos cidadãos indianos pertencentes às castas inferiores continua combatendo os preconceitos e as escassas oportunidades, sobretudo no campo da instrução e no mundo do trabalho. (PA) (Agência Fides 7/3/2007)