Roma (Agência Fides)- A África pode ser o novo terreno de confronto na guerra entre os Estados Unidos e os seus aliados e o terrorismo inspirado por Bin Laden? Esta é a pergunta que emerge lendo os acontecimentos das últimas semanas.
Em Madagascar, um jornal local publicou a notícia de que estaria escondido na ilha Fazul Abdullah Mohammed, um dos líderes de Al Qaida, cujo nome aparece na lista norte-americana dos 35 terroristas mais procurados pelas bombas nas embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia, em 1998, que mataram 228 pessoas e feriram outras cinco mil. Para a sua captura, Washington oferece cinco milhões de dólares, e segundo o jornal local “Midi Madagasikara”, que cita fontes inclusive militares, Mohammed guiaria as operações de Al Qaida na África oriental a partir do seu esconderijo de Majunga, cidade portuária no norte de Madagascar. Até agora, porém, o governo de Antananarivo não confirmou nem desmentiu a notícia que diz respeito a Fazul Abdullah Mohammed.
Sempre em Madagascar, em 31 de janeiro foi assassinado um cunhado de Osama bin Laden, o homem de negócios saudita Mohammed Jamal Khalifa, durante um aparente assalto à noite em sua casa. Segundo fontes locais contatadas pela Agência Fides, o mistério que circunda a morte de Khalifa gerou algumas polêmicas no país. “Alguns jornais locais - afirmam as fontes da Fides - relatam notícias publicadas em jornais árabes que atribuem o assassinato de Khalifa a serviços secretos estrangeiros, acusando o governo malgaxe de fornecer informações necessárias aos executores.”
Enquanto a comunidade internacional se interroga sobre como estabilizar a Somália (veja Fides 8 de fevereiro de 2007), vista por diversas capitais como terra de conquista do extremismo islâmico, também a África ocidental não está imune dos perigos representados pela ideologia subversiva. Na Nigéria, um pregador islâmico foi acusado de receber 300 mil dólares de Al Qaida para fornecer assistência aos chamados “Talebãs nigerianos”, um grupo ativo no norte do país (veja Fides 23 de setembro de 2004). No início de 2004, os “Talebãs” conduziram alguns ataques no Estado de Yobe, e diversos de seus membros foram mortos ou capturados pela polícia.
Na área norte-africana e no Sael está ativo o Grupo Salafita para a Pregação e o Combate (GSPC), de origem argelina, mas também ativo no Marrocos, Tunísia, Mali e Mauritânia.
O GSPC esteve no centro da reunião realizada em Dakar (Senegal) entre os representantes militares dos Estados Unidos e de nove países africanos: Argélia, Marrocos, Tunísia, Mauritânia, Nigéria, Níger, Mali, Chade e Senegal. Os participantes decidiram incrementar a colaboração ao antiterrorismo e Washington ofereceu novos instrumentos (entre os quais fotos satelitares) para ajudar os parceiros africanos. Além disso, a criação do comando militar africano (Africom) é uma ulterior confirmação da importância crescente da África aos olhos dos militares norte-americanos. (L.M.) (Agência Fides 9/2/2007)