Kinshasa (Agência Fides)- A República Democrática do Congo, com uma superfície de 2.345.410 km2, é o terceiro país africano por extensão, depois do Sudão e da Argélia. Faz fronteira com República do Congo (Congo Brazzaville), República Centro-Africana, Sudão, Uganda, Ruanda, Burundi, Tanzânia, Zâmbia e Angola.
A população é de mais de 56 milhões de habitantes, divididos em mais de 200 grupos étnicos, a maioria dos quais é bantu. As 4 tribos mais vastas, Mongo, Luba, Kongo (de origem bantu) e Mangbetu-Azande (Hamitica) constituem 45% da população. A língua oficial é o francês, ao qual se acrescentam quatro línguas nacionais: lingala (língua franca usada nos comércios), o Kingwana (um dialeto do Kiswahili ou Suaíli), o Kikongo e o Tshiluba. Existem ainda mais de 250 línguas e dialetos comunitários. Os católicos são 50% da população, os protestantes 20%, os muçulmanos 10%, os kimbanguistas (movimento religioso fundado em 1921 por Simon Kimbangu) 10% e os aderentes às religiões tradicionais e às seitas 10%.
História. Depois da Conferência de Berlim (1885), o Congo foi confiado ao rei da Bélgica, Leopoldo II, que instituiu um próprio domínio pessoal, com o nome de Estado Independente do Congo. Em 1908, uma campanha da opinião pública internacional, que denunciava as condições desumanas de exploração da população local no Estado Independente do Congo, levou o Parlamento belga a declarar o Estado não mais uma propriedade pessoal do rei, mas sujeito ao Reino. O país muda assim o nome para Congo Belga. Em 1960, o país se torna independente com o nome de Congo-Léopoldville. De 1961 a 1964, vive uma série de guerras civis (em especial, a tentativa separatista em Katanga, rico em minas, onde o Premier, Patrice Lumumba, é assassinado). Em 1965, o Chefe de Estado Maior, Joseph Désiré Mobutu, realiza um golpe de Estado, assumindo a Presidência. Mobutu aplica uma política de afirmação da identidade nacional, que o leva a mudar o nome do país para Zaire e o nome de algumas cidades. Em 1990, após décadas de partido único, registram-se as primeiras aberturas ao multipartidarismo, com a realização da Conferência Nacional Soberana, presidida por Dom Laurent Monsengwo Pasinya, Arcebispo de Kisangani. Em 1996, eclode a guerra civil no leste do país: um grupo de rebeldes, apoiados pelos exércitos dos países vizinhos, guiados por Laurent Désiré Kabila, conduz uma campanha militar que leva, na primavera de 1997, à destituição do regime de Mobutu, que morre poucos meses depois no exílio em Marrocos. O Zaire muda de nome para República Democrática do Congo (RDC). Em 1998, eclode uma nova guerra civil, quando nasce uma série de movimentos de guerrilha apoiados por Uganda e Ruanda, que tenta separar o leste do restante do país. Kabila recebe o apoio de Angola, Zimbábue e de outros países africanos, que enviam tropas para combater ao lado do exército congolês. Por esse motivo, diversos observadores qualificam o conflito congolês como “A primeira guerra mundial africana”. Em 6 de janeiro de 2001, Kabila é assassinado no Palácio Presidencial. O seu lugar é tomado pelo filho, Joseph. A partir de 2001-2002, realiza-se uma série de negociações que levam, em 2003, à formação de um governo de unidade nacional, com a participação de representantes da guerrilha do leste. Começa um longo período de transição, que deve preparar o país a eleições livres e democráticas. O conflito, mesmo que formalmente concluído, continua de maneira sorrateira, principalmente em Ituri, região do nordeste rica em minerais e madeira. Os “capacetes-azuis” da Missão da ONU no Congo (MONUC), encarregados de vigiar o respeito da trégua, se confrontaram várias vezes com grupos de guerrilha locais.
Em 18 de dezembro de 2005, se realizou o referendo sobre a nova Constituição, que foi amplamente aprovada. As eleições políticas gerais previstas para junho de 2006 marcarão o fim do período de transição. (L.M.) (Agência Fides 20/1/2006)