Cidade do México (Agência Fides) – A opinião pública mexicana permanece dividida sobre a construção do “muro de Trump” ao norte com os EUA, mas inicia a se questionar sobre o muro que o México continua a reforçar ao longo de sua fronteira ao sul, com a Guatemala.
Os confins do sul e do norte do México são completamente diferentes: enquanto a fronteira norte, com os Estados Unidos, é patrulhada há tempos por milhares de agentes e câmeras, a fronteira sul era praticamente ‘terra de ninguém’ até pouco tempo atrás (veja Fides 2/07/2014).
Tapachula, no sul do México, é a mais importante cidade mexicana no confim com a Guatemala e também a que acolhe mais migrantes clandestinos determinados a realizar o “sonho americano”. Tapachula é uma das 11 passagens oficiais (são 10 na Guatemala e um em Belize) que dividem o ‘sul’ e o ‘norte’ do mundo, no continente americano.
O confim entre Guatemala e México é, concretamente, a única porta de acesso aos Estados Unidos, porque o governo mexicano concede aos migrantes regulares uma licença de trânsito de 20 dias que lhes permite atravessar o país rumo ao norte no confim com os Estados Unidos.
A fronteira entre Guatemala e México mede 871 km, compreende os departamentos guatemaltecos de San Marcos, Huehuetenango, El Quiché e ElPetén, e os estados mexicanos de Quintana Roo, Campeche, Tabasco e Chiapas. Alguns trechos do rio Usumacinta, o rio Salinas e o rio Suchiate.
Hoje, a situação mudou muito desde que a Fides assinalou o projeto de segurança para a fronteira sul do México, financiado pelos Estados Unidos e levado adiante pelos dois governos para ‘bloquear na origem a onda de migrantes centro-americanos” (veja Fides 2/07/2014).
Hoje não só encontramos migrantes centro-americanos, mas também grupos de migrantes africanos e haitianos. Segundo a imprensa especializada, em 2015 havia 4 mil africanos, que em 2016 alcançaram cerca de 19 mil entre africanos e haitianos chegados ao México com o objetivo de atravessar o muro estadunidense.
Diante desta situação, o governo mexicano decidiu criar uma área militarizada no sul do país e reforçar o muro com a Guatemala.
(CE) (Agência Fides, 14/02/2017)