VATICANO - “Despertar a consciência missionária hoje”: Card. Filoni na Assembleia das POM

Terça, 31 Maio 2016 pontifícias obras missionárias   filoni   animação missionária  

Roma (Agência Fides) – “O Espírito Santo e seus sinais dos tempos nos pedem para superar distinções e separações eclesiais, já artificiais, entre terras de missão e países cristãos, entre Igrejas que enviam missionários e Igrejas de territórios de missão que os recebem. A evangelização, seja em suas fases iniciais de novo anúncio, seja nas mais avançadas, de pastoral evangelizadora ordinária, resulta transversal para toda Igreja do norte e do sul, do leste e do oeste”. Foi o que reiterou o Card. Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, em seu discurso na Assembleia Geral Anual das Pontifícias Obras Missionárias (POM), inaugurado ontem, em Roma (veja Fides 28/05/2016).
Recordando o tema da Assembleia - “Despertar a consciência missionária hoje. As POM a serviço das jovens Igrejas”, o Card. Filoni evidenciou que “as jovens Igrejas, às quais as POM querem sempre mais oferecer um serviço adequadamente missionário, representam uma fonte já imprescindível para despertar em todos os cristãos a consciência da missão”.
A Assembleia Geral deste ano coincide com o centenário de fundação de uma das quatro Obras Missionárias, a Pontifícia União Missionária (PUM), nascida de uma inspiração do Beato padre Paolo Manna, do PIME. “A intuição carismática missionária das PUM, hoje ainda válida e fonte viva para uma reavaliação e uma reforma radical, era e ainda é a sua finalidade intrínseca: todos os fieis, todo o Povo de Deus, em virtude do batismo, responsáveis pela missão universal e as missões ad gentes da Igreja”.
O centenário das PUM, além de uma dimensão orante com a peregrinação ao túmulo do Padre Manna, deve também assinalar o início de um processo de reavaliação da Obra: “não devemos temer a urgente necessidade de reformar juntos a Pontifícia União Missionária e dar impulso às outras Pontifícias Obras”, sublinhou o Cardeal, relevando que o seu “enfraquecimento de natureza e papel faz parte de um preocupante esfriamento eclesial em relação à missão, a formação missionária e a evangelização como tal”. Em seguida, explicou: “Igrejas de antiga tradição se esforçam para ter paixão e interesse suficientes para anunciar o Evangelho em terras e Igrejas além de suas fronteiras. Igrejas mais jovens parecem, por vezes, preocupadas demais e se organizar administrativamente, fechando-se excessivamente em si mesmas. Fiéis e pastores se esforçam cada vez mais, sob o peso dos desafios culturais, econômicos e religiosos, a sentirem-se prontos e fortes para sair para as periferias existenciais e territoriais que vão além das normais classificações sociológicas e econômicas”.
Nesta renovação da consciência da missão, hoje às PUM podem ser atribuídos “deveres de formação permanente e missionária a serviço das jovens Igrejas em suas instâncias mais diferentes. Organismos, junto à Congregação para a Evangelização dos Povos, com finalidades desde sempre formativas missionárias, podem servir, de modo novo, para a animação missionária inclusive das igrejas de mais antiga tradição cristã, graças ao trabalho de formação permanente missionária que as PUM, com as outras três Obras Pontifícias – das quais é a alma – poderia oferecer às jovens Igrejas”.
O Card. Filoni auspiciou enfim que “os trabalhos desta Assembleia geral sejam profícuos e sirvam para um novo empenho a fim de que se desperte a consciência da missão hoje, graças ao nosso serviço como POM em favor das jovens Igrejas”. (SL) (Agência Fides 31/05/2016)




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