Lilongwe (Agência Fides) - “Os albinos são sequestrados e mortos para fins rituais. Vários túmulos foram abertos e a polícia encontrou algumas pessoas com ossos e outras partes do corpo de albinos. Como Comissão Justiça e Paz da Igreja Católica, estamos entristecidos com esses casos”, afirmou o Coordenador vigário da Comissão Episcopal Justiça e Paz do Malauí, Martin Chiphwanya, denunciando o aumento dos crimes cometidos contra os albinos.
Segundo Chiphwanya, o problema deve ser enfrentado com uma estratégia integrada que envolva a polícia, a magistratura, líderes religiosos e tradicionais e membros da sociedade civil.
Polícia e magistratura devem receber uma formação específica para conduzir as investigações e levar os casos ao tribunal com a máxima firmeza. Já os líderes tradicionais, religiosos e da sociedade civil, devem, ao invés, contribuir a sensibilizar a população para tratar os albinos com a dignidade que lhes deve ser reconhecida como seres humanos.
Por fim, Chiphwanya destacou a importância da colaboração com os países vizinhos que enfrentam problemas semelhantes. Recentemente, a polícia do Malauí, em colaboração com agentes de Moçambique, prenderam duas pessoas acusadas de terem assassinado um jovem albino para utilizar os ossos em rituais “mágicos”.
A Tanzânia iniciou um programa para desarraigar essas práticas criminosas fundadas em superstições, e o Presidente do Malauí, Peter Mutharika, anunciou que enviará uma delegação governamental ao país para aprender a enfrentar o problema. (L.M.) (Agência Fides 24/5/2016)