Santiago (Agência Fides) - Cerca 60 detentos da seção "Pátio Mandela” da prisão feminina de São Joaquim participaram com o Bispo auxiliar da Arquidiocese de Santiago, Dom Jorge Concha Cayuqueo, OFM, de um momento de diálogo antes de participar da missa e do café da manhã, por ocasião do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. O bispo visitou também os locais da prisão onde as presas estão engajadas na atividade de reinserção, empreendimento, seminário, alfabetização, instrução de recuperação e terapias psicológicas.
Para Dom Concha “o apoio psicológico e de formação que mira às qualidades humanas das pessoas é fundamental para a reinserção. O que propomos como Igreja em Santiago é primeiramente reconstruir as pessoas a partir de dentro a fim de que depois elas sejam conscientes de querer se redimir”, afirmou numa nota enviada à Fides. A propósito da superlotação nos cárceres do país, o bispo disse: “é uma situação complexa que pode envolver vários recursos, mas a superlotação impede o alcance do objetivo principal que é a reinserção e a reabilitação”.
Segundo dados obtidos por Fides, a situação carcerária no Chile se transformou em poucos anos. De 1864 a 1996, o lugar de detenção era igual a uma fazenda que podia acolher quase 300 prisioneiras.
É custodiado e guiado pelos guardas e pelas religiosas da Congregação das Irmãs do Bom Pastor.
As presas cometeram pequenos roubos ou delitos não graves. Hoje, com o aumento do tráfico de droga e o crescimento da violência, as encarceradas são acusadas de graves delitos também violentos. Se nos anos 80 as mulheres eram somente 3% da população carcerária, depois do ano 2.000 eram mais de 7.7%, e depois de 2008 chegaram a 10.3%. O cárcere de Santiago acolhe 45% das prisioneiras de todo o Chile: são mais de 1.400 num cárcere que pode acolher somente 850 pessoas. (CE) (Agência Fides, 10/03/2016)