Órgão de Informação das Pontifícias Obras Missionárias desde 1927
Mato Grosso (Agência Fides) – O Conselho Missionário Regional (COMIRE) do Mato Grosso do Sul (Brasil), reunido em Assembleia anual de 27 a 29 de novembro em Dourados, publicou uma carta de apoio e solidariedade ao Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a todos os membros que trabalham pastoral a serviço dos pobres e excluídos.
A carta denuncia as intimidações dirigidas aos membros do CIMI pela Comissão parlamentar de inquérito (CPI), em andamento na Assembleia legislativa do Mato Grosso do Sul, que está examinando a situação das propriedades de terras e dos proprietários legítimos. A Comissão não deseja a intromissão do CIMI neste processo, apesar de missionários trabalharem há tempos na pastoral dos povos indígenas. A nota foi enviada à Fides pelas POM do Brasil. Segundo o CIMI, naquele estado, um grupo de proprietários agrícolas (fazendeiros) e seus sicários atiraram contra os povos Guarani Kaiowá de Tekoha Ñanderú Marangatu, Guyra Kamby'i, Pyelito Kue e Potreiro Guasu. Nos ataques, o líder Guarani Kaiowá, Semião Vilhalva foi morto, três indígenas foram assassinados a tiros, muitos outros ficaram feridos por tiros de borracha e dezenas foram agredidos. Isto aconteceu em agosto passado. Nos últimos 12 anos, pelo menos 585 indígenas se suicidaram e outros 390 foram mortos no Mato Grosso do Sul, sempre por causa do conflito de terras. Entretanto, os procedimentos de demarcação estão parados e cerca de 45 mil Guarani Kaiowá são ainda obrigados a viver em 30 mil hectares de suas terras tradicionais.
(CE) (Agência Fides, 03/12/2015)
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