CUAMM
Lui (Agência Fides) – “No Sudão do Sul está retomando uma guerra civil que causa medo e prejudica o percurso conturbado rumo ao desenvolvimento do país.” Este é o testemunho de Pe. Dante Carraro, Diretor de Médicos com a África Cuamm (CUAMM) numa nota enviada à Agência Fides.
O Cuamm está presente em Lui, Western Equatoria, desde 2009 como o único hospital da região, uma escola para obstetras com 20 estudantes, funcionários locais e uma equipe de 13 agentes entre médicos, obstetras e outros. Com os repetidos ataques, os contínuos tiroteios e a criticidade da área, que ficou completamente desértica, o hospital foi mantido aberto somente para os serviços de tratamento essenciais.
“Agora, a situação está tensa e muito confusa, não se entende quais são as forças em campo e quem decide – acrescenta Pe. Dante – mas, pelo menos, não se atira mais. As pessoas do local estão aterrorizadas e com medo. Alguém foi morto, casas ou escritórios foram incendiados e saqueados: todos têm fome! As famílias abandonam suas casas, vilarejos, o pouco que tem e fogem. Estão acampadas nas localidades limítrofes, onde a situação parece um pouco mais tranquila. Na área que circunda o hospital, existem cerca de 20/30 mil deslocados que necessitam de tudo. Continuaremos o nosso trabalho no hospital: assistimos as mães a parir e as crianças que adoecem de malária e de diarreia, além dos inevitáveis feridos com armas de fogo. Depois, iniciamos a assistir os muitos desesperados e as inúmeras famílias que estão fugindo e necessitam de tudo: água, alimento, cobertores, porque de noite faz frio, e assistência de saúde de base. Há necessidade imediata que alguém os socorra e cuide deles. O objetivo agora é a sobrevivência. E com ela, manter viva a confiança num futuro diferente e melhor, não obstante tudo”, conclui o diretor do Cuamm. (AP) (3/11/2015 Agência Fides)