Roma (Agência Fides) – A África é conhecida pelo grande público, sobretudo pelas emergências humanitárias, guerras, e devastações. A respeito destes problemas, vez por outra, quando estoura um conflito em algum país africano, os meios de comunicação focalizam sobre este as suas atenções, as organizações humanitárias são mobilizadas para levar ajudas e forças militares de paz são enviadas. Porém, passada a primeira fase de emergência, tal país cai no esquecimento, se as atenções recai sobre um outro. São guerras esquecidas...Libéria, Costa do Marfim, Sudão, Uganda, República Democrática do Congo, Zimbábue , que revelam cifras assustadoras: e milhões de mortos somente no Congo entre 1998 a 2002. Cifras que escondem dramas humanos que nenhum escritor, nenhum poeta, poderá jamais descrever em sua total dramaticidade.
A mídia internacional segue com dificuldade os acontecimentos africanos, mesmo porque uma crise é imediatamente seguida por outra: terminada aquela da Costa do Marfim, avante com a libéria e assim por diante. Mas depois, quando as armas silenciam e os refletores a Mídia se deslocam para outra parte, significa realmente que a paz foi alcançada? O se trata somente de uma trégua mais ou menos longa? Fides continua a acompanhar a situação de Países como a República Democrática do Congo e a Costa do Marfim, onde se fazem muitos esforços de pacificação. No entanto, como é possível verificar pelos nossos títulos em apêndice, a verdadeira paz está ainda distante. Interesses econômicos e políticos, locais e internacionais fazem perpetuar a guerra. Um simples cálculo demonstra como os conflitos africanos não são locais, mas estão inseridos em um contexto mais amplo. Uma bala de fuzil custa entorno 0,20 euros. Em meia hora de troca de tiros entre grupos de guerrilha diversos e governo, milhares de disparos são feitos, totalizando um gasto aproximativo de 300 euros. Como isso é possível em um País no qual a população é obrigada a sobreviver com apenas 1 euro por dia?
Se fala freqüentemente dos diamantes de guerra, cujo o tráfico serve para financiar conflitos como aqueles do Congo ou da Libéria, mas o que dizer da exploração da madeira, do urânio, do petróleo e até mesmo, o absurdo tráfico de seres humanos: tudo serve para alimentar guerras com a única finalidade de dirigir as riquezas da África em direção aos países “civilizados”, que adquirem a um preço muito inferior àquele que seria necessário pagar, as matérias primas necessárias para a manutenção de seu padrão de vida.
(L.M) (Agência Fides 24/09/2003 – linhas: 32; palavras: 406)
Apêndice- Lances Fides
O difícil caminho da paz na Libéria:“ Partido Taylor, a lógica de exploração dos recursos liberianos permaneceram as mesmas de antes” afirma Pe. Mauro (Fides 23/09/2003)
Após a reabertura das fronteiras, as linhas ferroviárias entre a Costa do Marfim e Burkina-Faso voltam a funcionar. Mas o País ainda está longe da normalidade. (Fides 23/09/2003)
Do norte da Costa do Marfim, os missionários: “Tudo está bloqueado...tememos uma retomada das hostilidades , agora com mais violência que as anteriores” (Fides 2/9/2003)