Monróvia (Agência Fides) – “ Estamos nos aproximando da data da posse do governo de tradição e a situação em Monróvia está se normalizando dia-a-dia”, disse à Agência Fides Pe. Mauro Armanino da capital da Libéria, provincial da SMA. “Graças a presença das tropas de paz africanas (ECOMIL), as agências humanitárias podem finalmente atuar com segurança e o povo circula livremente pelas ruas. Não se pode dizer que se vive em um clima idílico, mas ao menos ninguém mais está morrendo ...”
Se em Monróvia a situação está tranqüila, o mesmo não se pode dizer do restante do País. “ Com exceção às regiões em que os soldados da ECOMIL estão presentes, onde reinar uma segurança relativa, as áreas fora da capital estão nas mãos dos rebeldes do LURD (Liberianos Unidos pela Reconciliação e Democracia) e do MODEL (Movimento pela Democracia na Libéria)”, disse o Pe. Mauro. “Infelizmente, após a partida de Taylor que governa o País como se fosse um seu feudo pessoal, a lógica de disputa pelas riquezas permaneceram as mesmas de antes. Tenho repetido continuamente que não existe grande diferença entre o ex presidente e os grupos de guerrilha. Nenhum tem um programa sério, concreto para o bem comum. Pensam somente em conquistar a maior quantidade de territórios possível para explorar as riquezas, como por exemplo as minas de diamantes” afirma o missionário.
“Não se pode sair da situação de emergência apenas com ajudas materiais. Penso que é necessário um exame de consciência de todos os liberianos para superar a cultura da violência”, conclui o Pe. Mauro.
“Buchanan, o segundo maior porto da Libéria, está ainda nas mãos do MODEL” dizem à Agência Fides as Missionárias da Consolata que têm uma missão na cidade liberiana. “Foram retomadas as vias de ligação entre Buchanan e Monróvia, porque a estrada que une os dois centros é controlada, ao menos em parte, pela ECOMIL. Infelizmente as forças de paz não entraram ainda na cidade, onde existe uma situação de grave insegurança. O povo pobre está a mercê de quem está armado”. com efeito, a ECOMIL esta se mobilizando com lentidão para fora de Monróvia, também porque dispõe de uma força relativamente reduzida.
“Em nossa missão existem ainda diversos refugiados, enquanto que a pequena clínica missionária funciona a pleno ritmo. Durante meses a nossa clínica foi a única estrutura hospitalar que permaneceu ativa na cidade. Há alguns dias uma ONG reabriu seu hospital, permitindo àqueles que não podiam chegar à missão de encontrar assistência”, afirmam as missionárias.
(L.M) (Agência Fides 23/09/2003 – linhas: 34; palavras: 425)