Abidjan (Agência Fides) – “Estávamos presente na reabertura da fronteira entre a Costa do Marfim e Burkina - faso em 10 de Setembro, e constatamos pessoalmente a alegria do povo, de ambos os lados da fronteira”, dizem os missionários do PIME contactados pela Agência Fides em Bouaké, ao norte da Costa do Marfim. “ Às 14:30, hora local, a polícia abriu a fronteira e rapidamente criou-se um fluxo de caminhões para ambas as direções”, acrescentam os missionários. “A alegria do povo é compreensível: o restabelecimento do tráfico comercial entre Burkina-Faso e Costa do Marfim é de vital importância para a economia dos dois Países”, explicaram os padres do pime. A COSTA do Marfim, de fato, arrecada com os direitos de passagem de mercadorias de Burkina, e esta última tem vital necessidade dos portos da Costa do Marfim para comercializar com o restante do mundo. Nos últimos meses, Burkina-faso estava utilizando os portos de Ghana, Togo e Benin, para os quais, o custo de transporte é bem maior, prejudicando a economia do País.
Em Costa do Marfim, além disso, vive uma numerosa comunidade proveniente de Burkina-faso – cerca de 3 milhões de pessoas. São sobretudo trabalhadores empregados nos campos do cacau. Estas pessoas não podiam encontrarem-se com seus parentes no País de origem.
Após a reabertura das fronteiras, espera-se o restabelecimento do transporte ferroviário entre as capitais dos dois Países, Abidjan e Ougadougou.
A fronteira entre os dois Países havia sido fechada em Setembro de 2002, quando, após uma falida tentativa de Golpe de Estado, explodiu a guerra civil na Costa do Marfim. Um grupo rebelde, o Movimento Popular da Costa do Marfim (MPCI) tomou rapidamente o controle do norte do País, que faz fronteira com Burkina-faso. O governo da Costa do Marfim acusou o de Burkina-faso de apoiar os rebeldes do MPCI, e durante meses ocorreram tensões entre os dois Países, resolvidas com a reabertura das fronteiras.
(L.M) (Agência Fides 11/09/2003, linhas : 26; palavras: 328)