Roma (Agência Fides) - Pobre Leonardo da Vinci! Agora retorna a história de que o Santo Sudário, venerada por milhões de católicos, é fruto do seu gênio! Pedimos um comentário ao jornalista Orazio Petrosillo, que com Emanuela Marinelli escreveu dois livros publicados pela Rizzoli: “O Sudário. Um enigma à prova da ciência” (1990), traduzido em cinco línguas; e “O Sudário, história de um enigma” (1998). Sozinho, escreveu “O Sudário a ser contemplado” Ldc.
“Freqüentemente, a mídia dá destaque à clamorosa mistificação segundo a qual o Sudário de Turim, ou seja, a Imagem do cadáver de um Homem horrivelmente supliciado, tenha sido obra de Leonardo da Vinci. E, obviamente, a sua maior obra-prima. Diante desta falsidade, não se sabe se indignar-se mais pela total ignorância ou por total má fé. Limito-me a duas objeções.
Uma objeção histórica. Com o Santo Sudário de Turim temos certezas históricas não contínuas dos primeiros treze séculos e meio. A autenticidade do Sudário vem de um complexo vasto e perfeitamente coerente ao objeto, ao decalco das 700 feridas e à imagem. Mas a cadeia de documentação histórica sobre aquele Linho e suas locomoções é interrupta a partir de 1353. Além disso, em 1453 passou do último herdeiro Charny aos Savóia, que o custodiaram como sua propriedade até 1983 quando, por decisão testamentária de Umberto II, se tornou propriedade da Santa Sé. Em 1453, Leonardo da Vinci tinha somente um ano de idade...
Uma objeção cientifica. É cientificamente certo que a imagem do Sudário não é nem um desenho nem uma imagem obtida a partir de um relevo quente. Por muitos motivos. Não há sinais de pigmentos coloridos. A imagem é o resultado de uma oxidação-desidratação das fibras superficiais do linho. A queimadura mostra sinais diversos no microscópio. Não se deve esquecer que, no Sudário, há o decalco de 700 feridas passadas com o contato do corpo, que foi envolvido pelo lençol (é por isso cientificamente certo que o Sudário envolveu um cadáver). As manchas passaram para o linho antes que se formasse a imagem, tanto é verdade que sob as manchas de sangue não há a imagem. Ao contrário das manchas de sangue, a imagem existe até mesmo onde o corpo não tocava o lençol e, portanto, há um efeito à distância: um detalhe inversamente proporcional à distância corpo-lençol. Deve-se pensar na hipótese de que o corpo de um cadáver pudesse exalar calor, luz ou efeito radiante” . (Agência Fides 18/3/2005)