Zamboanga (Agência Fides) - Enquanto permanece alta a tensão na ilha de Jolo, no Sul das Filipinas, palco há mais de um mês de atritos entre o exército e grupos de rebeldes muçulmanos, as comunidades cristã e islâmica de Mindanao (grande ilha no Sul do arquipélago), continuam a promover iniciativas para a paz.
Um recente simpósio, na cidade de Zamboanga, extremo Sul de Mindanao, foi organizado pelo Inter Faith Council of Leaders, que reúne líderes cristãos e muçulmanos da área, em colaboração com o Silsilah, movimento para o diálogo, fundado pelo missionário católico Pe. Sebastiano D’Ambra, do Pontifício Instituto das Missões no Exterior. O tema era a difícil questão da paz em Mindanao, que está entrelaçada com problemas de caráter cultural, histórico e religioso. O professor Randolf David, docente de Sociologia na Universidade das Filipinas, identificou no frágil sentido de nacionalidade e nas diferenças culturais que caracterizam cristãos, muçulmanos e indígenas lumads, no Sul das Filipinas como raízes das tensões atuais. Mas o professor David também sublinhou que as divisões são também transversais, entre ricos e pobres: de um lado, a restrita elite que detém poder e dinheiro, e do outro, uma massa de pessoas que vivem na miséria.
Um dos caminhos para combater as divisões é a formação dos jovens, e novas iniciativas para construir o sentido de amizade e partilha, especialmente entre as novas gerações. Por isto, a Western Mindanao State Univeristy, em colaboração com o centro Silsilah, está promovendo encontros e iniciativas de formação e confronto, através de workshops reservados a estudantes cristãos e muçulmanos, que, desta forma, convivem, trocam experiências, e refletem sobre o valor do pluralismo de culturas e religiões e temas relacionados ao diálogo e à paz. (PA) (Agência Fides 14/3/2005)