Cairo (Agência Fides) – O Ministério do Interior egípcio não autorizou uma manifestação de protesto, há tempos anunciada, que deveria se realizar no Cairo, diante da Catedral copta-ortodoxa de São Marcos. Os promotores da manifestação eram setores críticos da comunidade copta, inclusive os ativistas ligados à facção Copts 38, que se mobilizaram para pedir uma mudança nas leis sobre o status pessoal que regulamentam também o direito matrimonial, atualmente em fase de redefinição.
"Copts 38" surgiu em 2011 para pedir a reforma das disposições canônicas estabelecidas pela Igreja copta ortodoxa em 1938, que contemplavam nove casos em que os cristãos coptas podem se divorciar. Entre os motivos de concessão do divórcio, figuravam também o abandono por parte do cônjuge por um período de cinco anos e a incompatibilidade caraterial. Também os militantes da União Juvenil Maspero – grupo de jovens ativistas expressão da comunidade copta ortodoxa, geralmente críticos em relação a hierarquia eclesiástica – oficialmente se distanciaram dos tons polêmicos exacerbados com os quais foi divulgada a manifestação de protesto não autorizada. “A liberdade de expressão deve ser garantida, mas na Igreja a única linguagem apropriada é a do diálogo”, lê-se num comunicado difundido pela União Jovem Maspero e enviado à Agência Fides. (GV) (Agência Fides 8/9/2015).