Jerusalém (Agência Fides) – As escolas cristãs em Israel começam uma greve por tempo indeterminado a partir de hoje, 1° de setembro, dia em que no país tem início o novo ano escolar. Através da medida extrema da suspensão de todas as atividades escolares, as escolas pretendem protestar contra as políticas do Estado judeu contra elas, consideradas “discriminatórias”. É o que referem as fontes oficiais do Patriarcado Latino de Jerusalém, reconstruindo os motivos e as várias etapas da contenda que contrapõem as escolas cristãs e as autoridades políticas israelenses. Na raiz do protesto estão as restrições do balanço impostas pelo Estado judeu. Em poucos anos, as contribuições públicas do Governo para as escolas cristãs diminuíram 45%, forçando os institutos a aumentar as mensalidades pagas pelas famílias, muitas vezes com baixos salários, abaixo da média nacional. De acordo com os órgãos de coordenação das escolas cristãs, estas medidas ameaçam a existência dos institutos educacionais geridos pela Igrejas e pelas comunidades cristãs presentes em Israel. As negociações exaustivas – que duraram oito meses - entre o Comitê de representantes das escolas cristãs e do Ministério da Educação israelense não conduziram a soluções consideradas aceitáveis. O Ministério pedia a transformação das escolas cristãs em escolas estatais. Uma proposta rejeitada, porque de acordo com os órgãos representativos das escolas cristãs, essa medida levaria ao fim da contribuição original fornecida por essa realidade educacional, e iria infligir “um golpe forte na presença cristã na Terra Santa”. Em 27 de agosto, as escolas cristãs em Israel, frequentadas por 30 mil alunos, dos quais somente a metade cristã, organizaram uma manifestação para denunciar as políticas discriminatórias da parte do Governo (veja Fides 27/5/2015).
Antes da falência definitiva das negociações, o Presidente israelense Reuven Rivlin convidou os representantes das escolas cristãs e o Ministro israelense da Educação, Naftali Bennet, a tentarem uma mediação (veja Fides 27/8/2015). O departamento das escolas católicas em Israel, que tinha primeiramente expressado um parecer positivo sobre a iniciativa presidencial, agora difundiu um comunicado, enviado à Agência Fides, em que define a iniciativa como um estratagema “para ganhar tempo” e “pôr fim ao protesto”. A greve a tempo indeterminado – lê-se no comunicado - será suspensa apenas quando os pedidos das escolas cristãs forem plenamente atendidos. (GV) (Agência Fides 1/9/2015).