Teknaf (Agência Fides) - O fenômeno do êxodo em massa de migrantes e refugiados políticos no Sudeste Asiático continua alertando as várias organizações humanitárias, bem como as próprias Nações Unidas. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, cerca de 88 mil pessoas, a maioria bengaleses pobres ou muçulmanos rohingya deslocados de Mianmar, procuraram atravessar a fronteira com a Tailândia, Malásia ou Indonésia em 15 meses. Dentre eles, cerca de 63 mil, entre janeiro e dezembro de 2014, e outros 25 mil no primeiro trimestre deste ano, durante o qual morreram no mar cerca de 300 pessoas. Desde outubro de 2014, 620 pessoas perderam a vida em travessias marítimas perigosas não planejadas no Golfo de Bengala.
Para agravar a situação já difícil, a descoberta de redes de traficantes que levou os governos da região, especialmente da Tailândia e Malásia a combaterem as chegadas irregulares, prevenir o roubo de barcos e, às vezes, dirigir novamente os barcos no alto mar, apesar da presença de pessoas desesperadas a bordo.
Os imigrantes de Bangladesh fogem da pobreza e do desemprego no seu país de quase 157 milhões de habitantes, 31% dos quais são pobres. O Serviço de Estatística de Bangladesh indica que o desemprego afeta 4,53% da população economicamente ativa. O resultado é que cerca de 7 milhões de pessoas não têm trabalho. Entre 60 e 70% da população bengalesa vive da agricultura e a grande maioria tem dificuldades em sobreviver. Em uma vã tentativa de eliminar o problema desde a raiz, a Guarda de Fronteiras de Bangladesh ordenou mais pontos de controle para aumentar a vigilância e propôs que o governo imponha normas mais severas para a matrícula de navios. (AP) (9/7/2015 Agência Fides)