Yangun (Agência Fides) - Os rohingya não são birmaneses e não têm o direito de permanecer em Mianmar: proclamando este slogan, centenas de manifestantes budistas, liderados por monges, marcharam pelas ruas da principal cidade de Mianmar, Yangun, pedindo para negar o desembarque e a hospitalidade aos refugiados de etnia rohingya, há dias à deriva nos mares do Sudeste Asiático. Os rohingya, uma minoria religiosa em Mianmar, há anos sofrem assédio, opressão e a violência por parte de grupos fundamentalistas budistas, enquanto o governo continua a negar-lhes o direito à cidadania. Em Mianmar teve um aumento no nacionalismo budista desde que começou a se mover da ditadura para a democracia, há quatro anos. Particularmente entre os grupos radicais budistas promotores de violência contra muçulmanos emergiu o movimento “969” que desde 2011 se estruturou como uma verdadeira e própria rede política. Centenas de rohingya, residentes em sua maioria no estado birmanês de Rakhine, foram mortos e 140 mil foram obrigados a fugir de suas casas. O líder do “969”, o monge Ashin Wirathu, já tinha sido preso sob a acusação de incitação à violência contra a comunidade muçulmana. O movimento propôs um boicote das atividades econômicas dos proprietários muçulmanos e promove um “status social privilegiado” para os cidadãos birmaneses budistas. Nas últimas semanas, cerca de três mil refugiados rohingya bangaleses e birmaneses, em fuga da pobreza e da violência, procuraram refúgio na Indonésia, Tailândia e Malásia. (PA) (Agência Fides 28/5/2015)